A infância é frequentemente vista como um período de alegria e despreocupação, mas, infelizmente, nem todas as crianças vivenciam essa fase da vida dessa maneira.
A depressão infantil é uma realidade que pode impactar significativamente o desenvolvimento emocional, social e acadêmico das crianças.
Este artigo busca esclarecer a existência da depressão infantil, suas causas, sintomas e tratamentos, além de fornecer orientações sobre como prevenir essa condição e promover a saúde emocional das crianças.
Depressão infantil existe, sim!
A depressão infantil é um transtorno de humor que afeta cada vez mais crianças. De acordo com dados de fevereiro de 2020 da Organização Mundial de Saúde (OMS), o crescimento no número de crianças entre 6 e 12 anos com a condição foi de 4,5% para 8%, na última década.
Durante a infância, esse transtorno pode se manifestar de várias formas, desde tristeza persistente até irritabilidade e perda de interesse em atividades que antes eram prazerosas.
Muitas vezes, essa condição é subestimada ou não reconhecida, o que pode atrasar o tratamento adequado. No entanto, com o apoio correto, a depressão infantil pode ser tratada e superada, permitindo que a criança tenha um desenvolvimento saudável e uma vida plena.
Causas da depressão infantil
A depressão infantil pode ser desencadeada por uma combinação de fatores genéticos, biológicos, ambientais e psicológicos. Entre as causas mais comuns estão:
- Genética: Crianças com histórico familiar de depressão ou outros transtornos mentais têm um risco maior de desenvolver depressão.
- Eventos traumáticos: Experiências traumáticas, como a perda de um ente querido, divórcio dos pais ou abuso, podem ser gatilhos para a depressão.
- Ambiente familiar: Um ambiente familiar conturbado, com conflitos constantes ou falta de apoio emocional, pode contribuir para o desenvolvimento do quadro.
- Problemas de saúde: Doenças crônicas ou condições médicas graves podem afetar o estado emocional da criança.
- Química cerebral: Desequilíbrios nos neurotransmissores do cérebro podem influenciar o humor e levar à depressão.
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Sintomas
Quanto aos sintomas de depressão nas crianças, mesmo podendo variar, geralmente incluem uma combinação dos seguintes:
- Tristeza persistente: A criança pode parecer triste ou desanimada na maior parte do tempo.
- Irritabilidade ou agressividade: Em vez de tristeza, algumas crianças podem se mostrar demasiadamente irritáveis ou agressivas.
- Perda de interesse: Desinteresse por brincar, participar de atividades ou interagir com amigos e familiares.
- Mudanças no apetite e peso: Perda de apetite ou comer excessivamente, resultando em perda ou ganho de peso significativo.
- Problemas de sono: Dificuldades para dormir, insônia ou dormir demais.
- Fadiga e baixa energia: Sensação constante de cansaço ou falta de energia.
- Dificuldade de concentração: Problemas para prestar atenção, lembrar de coisas ou tomar decisões.
- Sentimentos de inutilidade ou culpa: Sentimentos de inutilidade, culpa excessiva ou autocrítica severa.
- Sintomas físicos: Dores de cabeça, dores de estômago ou outras queixas físicas sem causa médica aparente.
- Pensamentos de morte ou suicídio: Em casos graves, a criança pode expressar pensamentos sobre morte ou suicídio.
Vale lembrar ainda que a diferença entre a tristeza infantil e a depressão propriamente dita está diretamente relacionada à intensidade e à frequência dos sintomas, que normalmente são persistentes e prolongados demais para alguém que se encontra nessa fase da vida.
Depressão infantil tem tratamento?
Sim. O tratamento geralmente envolve uma abordagem multidisciplinar que inclui terapia, apoio familiar e, em alguns casos, medicação.
A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) é uma forma eficaz de tratamento que ajuda a criança a identificar e mudar pensamentos e comportamentos negativos.
Outra opção válida e bastante importante é a terapia familiar, pois envolve a família no processo de tratamento, melhorando a comunicação e criando um ambiente de apoio.
O pediatra pode fazer um encaminhamento para um profissional especializado.
Em casos mais severos, a medicação pode ser necessária, com antidepressivos sendo prescritos sob cuidadosa supervisão médica. Atividades recreativas são igualmente importantes, incentivando a criança a participar de atividades que promovam o bem-estar e a autoestima.
A combinação dessas estratégias pode ajudar a criança a superar a depressão e a desenvolver habilidades para lidar com futuros desafios emocionais.
Prevenção
A prevenção da depressão infantil envolve promover um ambiente saudável e de apoio à felicidade da criança, no qual ela se sinta segura e amada, o que não pode ser confundido com fazer absolutamente todas as suas vontades.
Algumas das estratégias mais eficazes para equilibrar esses pontos e prevenir a depressão incluem:
- Comunicação aberta: Estabeleça uma comunicação aberta e honesta com a criança, permitindo que ela se sinta à vontade para expressar seus sentimentos e preocupações.
- Ambiente familiar estável: Proporcione um ambiente familiar estável e seguro, com rotinas consistentes e apoio emocional.
- Reconhecimento de sentimentos: Ensine a criança a reconhecer e expressar seus sentimentos de maneira saudável, promovendo o desenvolvimento de habilidades emocionais.
- Incentivo à socialização: Encoraje a participação em atividades sociais e a formação de amizades saudáveis, ajudando a criança a construir uma rede de apoio e melhorar sua autoestima.
- Atividade física regular: Incentive a prática regular de exercícios físicos, que são benéficos para a saúde mental, ajudando a reduzir o estresse e melhorar o humor.
- Redução do estresse: Ajude a criança a desenvolver habilidades de enfrentamento eficazes para lidar com o estresse de forma saudável.
- Rotina de sono adequada: Mantenha uma rotina de sono adequada, garantindo que a criança tenha horários regulares para dormir e acordar, o que pode melhorar seu humor e bem-estar geral.
- Regulação do tempo de telas: Regule o tempo de telas, estabelecendo limites claros para o uso de dispositivos eletrônicos e incentivando atividades offline para desenvolver hábitos mais saudáveis.
- Acompanhamento parental: Acompanhe de perto o bem-estar emocional da criança, preste atenção aos sinais de problemas e ofereça apoio contínuo.
- Tempo de qualidade com a criança: Passe tempo de qualidade com a criança, envolva-a em atividades familiares e demonstre interesse genuíno por sua vida diária, fortalecendo o vínculo emocional e criando um ambiente de confiança e segurança.
Implementando essas estratégias, é possível promover a saúde emocional das crianças e reduzir o risco de depressão infantil, permitindo que elas cresçam em um ambiente prazeroso e acolhedor, no qual encontram as medidas certas de amor e de apoio para se desenvolverem adequadamente.
A depressão infantil é uma condição real, que deve ser encarada com a devida seriedade, pois pode acarretar danos profundos ao bem-estar e desenvolvimento das crianças.
No entanto, com a identificação precoce, tratamento adequado e apoio contínuo, é possível ajudar a criança a superar a depressão e a viver uma vida saudável e feliz.
Se você suspeita que uma criança está sofrendo de depressão, não hesite em procurar ajuda profissional. A saúde emocional das crianças é fundamental para seu crescimento e desenvolvimento.
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