Empresas possuem uma nova demanda urgente e crescente: a de zelar pela saúde e bem-estar de seus colaboradores.
Já faz algum tempo que a sobrecarga de tarefas deixou de ser o único motivo para alguém apresentar quadros de estresse elevado.
Hoje, o principal fator que gera as crises que tanto atrapalham a vida pessoal e profissional de muitos indivíduos diz respeito mais a questões emocionais que a qualquer outra coisa.
O estresse no Brasil
Pesquisas recentes realizadas pelo ISMA-BR (International Stress Management Association) demonstraram que nosso país conta com o maior índice de estresse do mundo, sendo que cerca de 70% dos brasileiros possuem ou já apresentaram algum tipo de sintoma de estresse.
Se levarmos em consideração o tempo que perdurou a pandemia e seus efeitos na rotina de todos, esses números crescem de modo exponencial.
Isso também deixa claro que esses problemas estão relacionados diretamente à rotina, à convivência e à gestão das próprias emoções em ambientes e situações de pressão.
O fato acende o alerta das empresas como um todo, que agora possuem uma nova demanda urgente e crescente: a de zelar pela saúde e bem-estar de seus colaboradores.
Estresse pode se tornar doença
Tecnicamente, o estresse em sua primeira fase, nos auxilia na adaptação à mudança, porém, falhas nessa adaptabilidade conduzem o indivíduo a outras fases que podem caracterizar uma doença crônica, uma espécie de resposta negativa do corpo às situações cotidianas que demandam a ativação de um estado de alerta contra possíveis ameaças.
Níveis de estresse
As formas de manifestação do estresse se dão em níveis diferentes, a saber:
Estresse agudo
Mais comum e corriqueiro, se manifesta em situações de tensão cotidianas, como a pressão de entregar um trabalho grande em um prazo curto, ou quando somos pegos de surpresa por algum problema.
Normalmente, os sintomas mais característicos do estresse agudo envolvem sudorese excessiva e taquicardia (coração acelerado), por exemplo.
Estresse episódico
Esse tipo pode ser definido como uma espécie de “evolução” do estresse agudo, e geralmente ocorre quando determinada situação de estresse agudo deixa de ser algo isolado e passa a ser cotidiana.
Os sintomas são de irritação constante, mau-humor e até hostilidade, além de tensão e insegurança a maior parte do tempo.
E mesmo os sinais físicos sendo similares aos de estresse agudo, o nível e a constância com que ocorrem passam a atrapalhar a rotina do indivíduo em diversas áreas, desde a convivência familiar até as situações profissionais.
Estresse crônico
Ao contrário do que muitos pensam, o estresse crônico não possui tantos sinais físicos quanto os outros.
O problema é que, quando o estresse se prolonga por muito tempo ou ocorre com uma frequência cada vez maior, o corpo passa a dar mais sinais psicológicos e emocionais.
Essa sensação de que a situação de estresse não terminará nunca gera um desgaste desproporcional no corpo, ocasionando desequilíbrios hormonais, fadiga extrema e, consequentemente, perda do ânimo e insatisfação constante, que, por sua vez, pode chegar a evoluir até mesmo para transtornos como ansiedade e depressão. Leia também Diferença entre depressão e ansiedade.
Efeitos do estresse
O principal efeito maléfico do estresse está no modo como ele é capaz de afetar o corpo pelas reações geradas no sistema nervoso, que deixam o indivíduo em estado de alerta excessivo, mesmo sem uma necessidade ou demanda real.
Esse desequilíbrio parte de um processo de reação natural do corpo que, uma vez exposto a situações de estresse, favorece níveis de tensão que fazem com que se acumule energia, ativando o cortisol e liberando cargas de adrenalina no corpo, o que mantém o organismo em constante alerta.
Apesar de ser uma reação própria do corpo humano, o acúmulo de estresse pode ser o pontapé inicial de inúmeros problemas sérios de saúde física e mental.
Com base nisso, é imprescindível conhecer as diferenças entre situações comuns (de estresse passageiro) e momentos que demandam atenção e tratamento.
Estresse no trabalho: por que ele acontece
No trabalho, o estresse pode ser motivado por diversos fatores, sendo os mais comuns o excesso de competitividade ou de demandas, metas inalcançáveis, despreparo das lideranças e até mesmo dificuldades na comunicação.
Mas é importante ressaltar que tais problemas podem ficar ainda piores, quando aliados a situações de desvalorização ou desmotivação profissional, sobrecarga de responsabilidades, falta de direcionamento, desvio de função ou mesmo remuneração incompatível com o trabalho executado.
Além disso, também há fatores físicos que influenciam diretamente nos níveis de estresse no trabalho, tais como funções que demandem a permanência do indivíduo em posições ergonomicamente incômodas ou trabalhar em ambientes demasiadamente insalubres por longos períodos.
Sintomas de estresse no trabalho
Embora se manifestem de forma bastante sutil no começo, caso os motivos permaneçam sem intervenção, os sintomas se agravarão ao longo do tempo, de modo a serem logo perceptíveis.
Isso ocorre porque esses problemas e comportamentos acabam afetando não somente o profissional que está doente, como também a todos os que o cercam e precisam, de alguma forma, conviver com ele.
Os sintomas mais clássicos e perceptíveis de que alguém pode estar desenvolvendo um quadro patológico envolvem tanto fatores físicos (como cansaço excessivo, dores frequentes de cabeça e musculares, problemas de concentração e baixa imunidade) quanto mentais (tais como ansiedade e depressão, frustração e irritabilidade, procrastinação, dificuldades na comunicação e opção por isolamento social), ambos com um potencial imensurável de evolução para transtornos de natureza ainda pior.
Estresse no trabalho e Burnout: uma relação direta
A explicação é simples: a Síndrome de Burnout é um desequilíbrio emocional ocasionado por sintomas de profunda exaustão profissional que acarretam o acúmulo de estresse e esgotamento físico.
Dessa forma, tanto em situações de estresse excessivo no trabalho quanto em caso de Burnout, o indivíduo pode apresentar vários dos sintomas físicos e mentais característicos e similares, o que serve de alerta para que as equipes responsáveis procurem favorecer estratégias que visem reduzir a ocorrência de situações como essas no ambiente de trabalho.
É dever da empresa zelar por seus colaboradores
Todo bom gestor de pessoas sabe que prevenir ainda é a melhor maneira de não permitir que o estresse no trabalho se torne um problema que prejudique a empresa.
Zelar pelo bem-estar físico e mental das pessoas que nos rodeiam é uma tarefa de todos, pois envolve proatividade e percepção do outro, bem como da estrutura e adequação do ambiente de trabalho, de modo a oportunizar meios para que todos os colaboradores desempenhem suas funções de forma satisfatória e eficaz, sem desgastes desnecessários, tampouco excessivos ou desproporcionais.
Atenção do RH aos profissionais
O principal papel dos profissionais de RH fica por conta de verificar atentamente se as rotinas de trabalho de algum colaborador não estão desproporcionais às dos demais profissionais de uma mesma categoria, por exemplo, com muitas demandas acumuladas ou prazos curtos demais a serem cumpridos.
Outro ponto importante diz respeito à capacidade de identificar o surgimento de sintomas de estresse no trabalho, principalmente com o intuito de evitar que o descontentamento de um funcionário contagie o restante da equipe, prejudicando o andamento e a produtividade no negócio como um todo.
Consequências para o colaborador
O estresse no trabalho não traz consequências positivas nem para o colaborador, tampouco para a equipe em que se insere.
Pelo contrário, as consequências podem ser drásticas e interferir na saúde física, mental e até financeira do indivíduo.
Entre os principais problemas que o estresse no trabalho acarreta para o trabalhador estão a baixa satisfação profissional, o sentimento de incapacidade constante, a perda da própria personalidade, além de esgotamento físico e mental acarretando a queda de produtividade.
Consequências para a empresa
Quando a empresa não é capaz de identificar o problema a tempo, pode perder algum colaborador por motivo de doença profissional, que normalmente causa insatisfação, queda de produtividade e desinteresse profissional.
Além disso, pessoas demasiadamente estressadas acabam precisando de uma espécie de válvula de escape, o que faz com que procurem os colegas de trabalho para desabafar, compartilhando, de certa forma, suas insatisfações e, por consequência, formando um círculo altamente contagioso de desmotivação e desinteresse, que culmina em um número ainda maior de casos de estresse.
Dicas de como evitar o estresse no trabalho
A maior parte das situações de estresse no trabalho poderiam ser evitadas com atitudes simples como auto-observação, correção da postura e ergonomia do ambiente, flexibilidade, atenção aos próprios limites, respeito ao descanso e até o modo como se lida com situações em que o estresse é uma consequência inevitável, mas que não precisa perdurar eternamente.
Planejar uma rotina de tarefas
Ser produtivo não envolve apenas desempenhar o maior número de tarefas possível, e sim desempenhar seu papel de forma a cumprir suas tarefas com competência e qualidade, num prazo razoável.
Para isso, é imprescindível planejar a rotina de trabalho, tendo o devido cuidado para que possíveis distrações não atrapalhem seu desempenho, fazendo com que tarefas que seriam cumpridas no prazo se acumulem como urgências posteriores.
Além disso, uma rotina bem organizada inclui não aceitar demandas em um número superior ao da sua capacidade de execução, especialmente aquelas que surgem de fora do cronograma, e que acabam atrasando aquilo que já estava devidamente planejado.
Respeitar os momentos de descanso
O excesso de trabalho pode acarretar um aumento considerável de estresse.
Sendo assim, especialmente no caso de teletrabalho ou de trabalhadores que atuam em home office, o melhor a ser feito é organizar suas tarefas, separando adequadamente o tempo de expediente dos momentos de descanso, a fim de obter os melhores resultados em ambas as esferas.
Manter bons hábitos de alimentação
A alimentação ruim pode ser uma alternativa momentânea para quem não dispõe de tempo, ou uma maneira de se autocompensar pelas próprias insatisfações e inseguranças.
Vale lembrar que, em ambos os casos, o preço a ser pago é alto demais, pois, além do sobrepeso, esse tipo de alimento é altamente calórico e prejudica o funcionamento do cérebro, o que levará a um ciclo vicioso de insatisfações e falsas compensações momentâneas.
Por mais ocupado que se esteja, o melhor a se fazer ainda é pausar as tarefas por uns minutos e optar por alimentos saudáveis, que favorecerão a digestão e o desempenho físico e mental como um todo.
Estar atento aos sinais
Em alguns casos, os sintomas de estresse podem não se manifestar de forma convencional, com irritabilidade, mau humor ou algo similar.
Para algumas pessoas, o estresse acumulado se transforma diretamente em problemas de saúde física e mental.
Por isso, é importante estar atento a momentos que, aparentemente, poderiam ser classificados como situações de estresse leve, mas que podem evoluir rapidamente para situações mais graves que culminem em patologias ou quadros como ansiedade e depressão.
Ao perceber o mínimo sinal de que possa estar com estresse acumulado, mantenha o radar ligado e busque ajuda especializada.
Clínica Marcelo Parazzi
Se você ou algum familiar tem sofrido com estresse no trabalho, nossa clínica pode ajudar.
Além de se fundamentar na Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) e oferecer todo o tratamento tradicional por meio de psiquiatras, psicólogos e psicanalistas para tratar ansiedade, depressão e outros transtornos, a Clínica Marcelo Parazzi também dispõe de Terapia Holística, que desenvolve estratégias terapêuticas como Reiki, Yoga, Meditação, Constelação Familiar e Mindfulness (Consciência plena), para auxiliar no alcance de melhores resultados nos tratamentos dos pacientes, que são, comprovadamente, grandes aliados na recuperação desses indivíduos.
Estamos à disposição para auxiliar com a Terapia à Distância, realizando atendimento inclusive para pessoas que residem fora do país.
