É importante conhecer os sinais que alertam para a possibilidade de uma pessoa ser um jogador patológico.
Historicamente, os jogos já foram instrumentos de diversão, disputas e até guerras. Com o tempo, viraram objetos de seriados, filmes, novelas e, por fim, ganharam uma conotação mais triste, desta vez atrelada à realidade: a adicção.
A compulsão por jogos é uma condição que domina cada vez mais pessoas, levando-as a seguirem um rumo aparentemente sem volta, no qual é preciso estar jogando sempre mais.
Como todo vício é uma desordem química cerebral que envolve neurotransmissores como a norepinefrina, por exemplo, a pessoa que sofre dessa compulsão passa a acreditar que o único jeito de ser feliz e sentir prazer é jogando cada vez mais tempo, aumentando gradativa e simultaneamente a frequência e a intensidade dos jogos.
Mesmo os jogos como caça-níqueis, cartas ou videogames sendo classicamente conhecidos como viciantes, independentemente do tipo de jogo, é importante conhecer os sinais que alertam para a possibilidade de uma pessoa ser um jogador patológico, isto é, sofrer de compulsão por jogos.
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Sinais de que pessoa tem compulsão por jogos
1. Raiva e frustração por ter de parar
Escolher um jogo para se divertir com os amigos é bem diferente de sentir uma necessidade incontrolável de jogar. Quem joga somente porque se sente impelido a isso provavelmente é um forte candidato a já estar sofrendo de compulsão por jogos, mesmo sem saber.
É imprescindível perceber a diferença entre a brincadeira e quadros mais sérios, nos quais a pessoa fica depressiva ou com raiva pelo simples fato de ter que abandonar o jogo, ou nem mesmo se sente capaz de parar de jogar.
2. Abandono da rotina
Quando a compulsão chega, os compromissos se vão. Tarefas que antes eram comuns e cotidianas, ficam completamente prejudicadas.
Quem abandona a própria rotina, ou não consegue mais se concentrar em suas tarefas normais por causa do jogo, já ultrapassou o limite não só da razão, mas também da compulsão.
Jogadores patológicos acabam abandonando completamente quaisquer outras atividades: estudos, trabalho, amizades e muitas vezes até as interações familiares e sociais são prejudicados ou até interrompidos definitivamente, tudo porque o jogo vira uma ilusão, que distrai e convence o jogador de que o contato virtual é mais interessante, tornando-o incapaz de interagir pessoalmente.
3. Afastamento de tudo e de todos
Uma das principais pistas de que alguém já passou dos limites no jogo é o isolamento.
Quando o tempo e a energia gastos no jogo ultrapassam certo ponto de equilíbrio, o jogador acaba só conseguindo interagir com pessoas online, perdendo aos poucos o contato com pessoas e experiências que fazem parte de sua realidade.
4. Falta de interesse nas realizações da vida real
Não se assuste, o mundo virtual foi projetado para ser interessante mesmo, e para prender a atenção dos indivíduos pelo maior tempo possível.
Não é à toa que alguns jogadores se envolvem tanto nos níveis, prêmios e realizações que os jogos oferecem e acabam perdendo o interesse pela realidade. Muitos inclusive se tornam apáticos e demonstram completo desinteresse por qualquer outro tipo de passatempo que demande talentos ou habilidades do mundo real.
5. Perda de algumas habilidades
Logo após um curto espaço de tempo, o estímulo constante gerado pelos gráficos de alta tecnologia e pelos jogos em si pode, ironicamente, ocasionar a perda das próprias capacidades imaginativas.
Isso porque, na maioria das vezes, numa tentativa de se tornarem “especialistas” em determinado jogo, os jogadores compulsivos repetem sempre as mesmas habilidades – geralmente as necessárias àquele jogo – o que culmina na perda completa de outras habilidades cotidianas, pois mesmo a imaginação também precisa de prática para ser mantida.
6. Variações extremas de humor
Assim como no caso de qualquer outra dependência, pouco a pouco, o jogador compulsivo começa a precisar aumentar o tempo e a intensidade do jogo para liberar a norepinefrina e sentir a mesma intensidade de prazer e, em igual intensidade e consequentemente, o isolamento social e a abdicação de outras atividades também.
Todas essas mudanças deixam o indivíduo sem o apoio emocional que deveria ter dos amigos e familiares, o que pode fazer com que ele passe por variações ainda mais extremas de humor, como uma explosão de raiva quando questionada a razão de jogar por tanto tempo, ou ao ser solicitado que pare de jogar.
A medida não está no jogo, mas no jogador
Cabe ressaltar que nem todo jogo é um vilão. Assim como existem incontáveis tipos de jogos violentos, intensos e prejudiciais, há centenas de jogos educativos, divertidos e que ajudam muito na aprendizagem, por exemplo.
A medida não está precisamente no jogo, e sim na pessoa e no tempo que ela gasta jogando. Uma das principais características de uma compulsão é quando o indivíduo perde sua capacidade de autogestão, e passa a ter suas decisões, atividades e a própria vida governadas pelo jogo.
Clínica Marcelo Parazzi
Se você ou algum familiar tem sofrido com compulsão por jogos, nossa clínica pode ajudar.
Além de se fundamentar na Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) e oferecer todo o tratamento tradicional por meio de psiquiatras, psicólogos e psicanalistas para tratar ansiedade, depressão e outros transtornos, a Clínica Marcelo Parazzi também dispõe de Terapia Holística, que desenvolve estratégias terapêuticas como Reiki, Yoga, Meditação, Constelação Familiar e Mindfulness (Consciência plena), para auxiliar no alcance de melhores resultados nos tratamentos dos pacientes, que são, comprovadamente, grandes aliados na recuperação desses indivíduos.
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