Uma história de luta, mas com final feliz.
Atualmente, milhares de pessoas têm sofrido com a dependência química no mundo. Apesar de se tornar um transtorno cada vez mais comum, muitos desconhecem o que de fato ocasiona a doença e como tratá-la.
Conheça a história de Luís Henrique, e como ele conseguiu se livrar da dependência química.
Quem é Luís Henrique
Luís Henrique (nome fictício), 33 anos, nasceu em uma família de classe média, no interior de São Paulo. Sua mãe, ainda muito jovem, casou-se por conta da gravidez, e por imposição dos seus pais.
Desde pequeno ele se sentia bastante rejeitado pela mãe, que parecia infeliz em sua relação conjugal. Sempre sob efeito de calmantes, ela não conseguia cuidar do filho de forma adequada, e este sempre estava na casa de seus avós maternos.
Outro fato é que o seu pai, além de ser muito ausente com o filho, tinha um comportamento bastante agressivo em casa. Por vezes Luís Henrique presenciou agressões dele contra sua mãe e também sofreu agressões físicas e verbais.
Quando tinha sete anos, nasceu sua irmã, Ana Clara (nome fictício). A mãe ainda apresentava sintomas de depressão e Luís Henrique se sentia obrigado a cuidar dela, pois afinal de contas, quem mais a protegeria de sua família?
O tempo foi passando e tudo o que Luís Henrique queria era ir para bem longe dali. Aos 18 anos, ele consegue entrar em uma faculdade e é a partir daí que seus problemas começam.
Influenciado pelos amigos, Luís Henrique passa a consumir maconha, pois, acreditava que era “legal” e precisava se enquadrar no grupo. Porém, o fato de querer sempre mais o levou a experimentar cocaína. Para saber os efeitos da cocaína, leia também o artigo Conheça os efeitos da cocaína e saiba como ela pode acabar com sua vida.
Assim, ele deixa de frequentar as aulas na faculdade, passa a ir a festas e locais que continham a droga. Até que, em uma dessas festas, Luís Henrique foi apresentado ao que seria sua pior escolha: o crack.
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Quais fatores podem levar uma pessoa à dependência química?
Antes de saber como se livrar da dependência química é importante entender quais são os seus motivadores e causas.
De maneira geral, trata-se de uma síndrome, portanto devemos dizer: é uma doença multifatorial, multideterminada e pode ter origens fisiológicas, psicológicas e sociais. Dessa forma, são muitos os fatores que podem levar um indivíduo ao desenvolvimento da dependência química
No caso de Luís Henrique
Percebe-se a desobrigação dos pais para com o filho ainda na infância, além de ter presenciado, por diversas vezes, agressões do pai contra a mãe. Em seguida, ele se sente obrigado a cuidar de uma criança, ainda sendo também uma criança, pois, sua mãe, com problemas depressivos, não conseguia suprir essa necessidade.
O ambiente para ele se tornou desfavorável, e pode-se notar ainda que ele cresce sem amor e atenção. Ao ponto em que ele deseja, sim, sair de casa e, quem sabe, construir uma família, diferente dessa que ele teve.
No entanto, ao entrar na faculdade, as novidades são muitas. E ele não resiste ao que as drogas podem lhe dar, o preenchimento daquela sensação de vazio ocasionada pela falta de amor em seu ambiente familiar. Além disso, ele está com os amigos, que se tornam uma família para ele naquele momento, e é neles que ele confia e por quem tem admiração.
Outro fator que se mostra muito importante é que Luís Henrique nunca foi orientado ou preparado para enfrentar situações como esta na vida, e por isso, é facilmente influenciado por outras pessoas.
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A predisposição à dependência química pode ser maior para algumas pessoas?
Muitas pessoas acreditam que o fato do indivíduo usar drogas está diretamente ligado às escolhas, ou seja, é comum algumas pessoas acreditarem que as pessoas “usam a droga porque querem”.
No entanto, a dependência química não é apenas um fator comportamental desencadeado pelo histórico de vida e ações do indivíduo, ela também é um fato orgânico.
Acontece que alguns organismos têm predisposição para a droga, o que facilita o desencadeamento do processo de dependência química. Porém, não é possível saber quem tem ou não predisposição, fazer o uso da droga expõe o indivíduo a riscos desnecessários.
No caso de Luís Henrique
Ao experimentar a droga, ele gradativamente sentiu que seu organismo precisava de maiores quantidades para ter o mesmo efeito, até que se viu completamente dependente da mais forte das drogas, o crack.
A partir daquele momento, Luís Henrique abandona os estudos na faculdade e, aos 22 anos, aquele garoto com desejo de se tornar um homem diferente daquilo que seus pais foram, volta para casa onde é cada vez mais criticado e agredido fisicamente pelo seu pai.
A mãe, ao ver o filho naquela situação, não sabe como agir, apenas presencia momentos em que ele tenta roubar objetos da casa para sustentar o vício.
Sua irmã mais nova, já com 15 anos, é a única que olha para o irmão com olhos de piedade. E sim, aquela garota, que ainda muito pequena se viu dependente dos cuidados do irmão, pode ser sua esperança nesse momento.
É preciso fazer algo por Luís Henrique, pois ele corre o risco de morte.
Qual o grau da importância da família no auxílio em se livrar da dependência química?
Segundo nossa prática clínica, mas também segundo os 13 princípios fundamentais do NIDA (National Institute on Drug Abuse), Instituto Americano sobre Abuso de Drogas, estabeleceu esses princípios para se coordenar o tratamento a fim de se livrar da dependência química, é essencial que a família do dependente químico seja orientada ao longo do seu tratamento. Famílias engajadas no processo terapêutico do seu membro familiar auxiliam na ampliação da probabilidade de recuperação desse indivíduo.
No caso de Luís Henrique
Foi então, que aos 25 anos, Luís Henrique foi internado em um estado avançado de tuberculose, ficando hospitalizado por 20 dias consecutivos. Sua irmã, que nessa época já estava com 18 anos, via a saúde do irmão que tanto amava acabando, e agora ele parecia alguém que ela desconhecia.
Luís Henrique teve alta, sua família então foi buscá-lo no hospital. A esperança da irmã e da mãe, que ao ver seu filho à beira da morte percebeu o quão grave era a situação, agora reinavam na casa.
Mas, infelizmente não foi dessa vez, apenas dias após sair do hospital, Luís Henrique rouba todo o salário de sua irmã que estava dentro da bolsa, que agora trabalha em uma loja, e volta para as ruas.
Um dependente químico precisa ser internado? De quanto tempo seria a internação?
Quando falamos em se livrar da dependência química, existem vários fatores que vão decidir se a internação deve ou não acontecer de acordo com cada caso. Nós levamos em consideração esses fatores que estipulam de quatro a nove meses de tratamento de internação.
No caso de Luís Henrique
Eles visitam uma instituição que estuda o seu caso e propõe um tratamento de seis meses de internação, longe das drogas e do contexto social em que ele se encontra, uma vez em que ele apresenta um quadro grave de dependência química.
E é assim que Luís Henrique inicia o seu tratamento, que envolve uma equipe de multiprofissionais.
Sua irmã, começa a frequentar grupos de apoio aos familiares, com os seus pais, que então entendem o que de fato acontece com o seu filho, e ali conhecem os 13 princípios fundamentais do NIDA, que estipula orientações para que a família se engaje no tratamento.
O dependente químico, mesmo depois do tratamento, não está livre de recaídas?
Luís Henrique sai da clínica totalmente recuperado e volta a morar com os pais. Sua irmã, já não mora mais ali, agora é casada, mas oferece-lhe todo apoio que é preciso.
Ele começa a trabalhar, conhece uma bela moça e passa a namorá-la. Mas eis que um dia, ele briga com a jovem e, sem pensar muito, usa cocaína.
Esse comportamento é comum em dependentes químicos, primariamente ligado ao caráter da síndrome crônica recidivante. Ela tende a retornar, a pessoa tende a ter recidivas. Essa é uma característica inerente à doença, inerente à síndrome, então pode haver recaídas, sim.
Frustrado, ele conta para sua irmã, que tem uma postura assertiva, dizendo que aquilo não era o certo, mas que está disposta a ajudá-lo. Enquanto os pais o criticam e o agridem verbalmente, ele se sente firme, pois sabe que sua irmã ainda acredita nele.
E é nessa postura que a família deve investir, para que de fato consiga ajudar o indivíduo doente, pois caso contrário, isso o empurrará novamente para o uso das drogas.
Um final feliz e um tratamento para manutenção do bem-estar longe do uso das drogas
Luís Henrique conseguiu se livrar da dependência química. Hoje, aos 33 anos, casado e com uma filha de dois anos, cursa a faculdade de Administração e trabalha como gerente de um supermercado.
Ele ainda tem crises de abstinência, que são comuns devido à doença, mas se apoia em sua esposa, filha e irmã que tanto o ajudam. Sabe, com base no que aprendeu em sua internação, que pode sim haver lapsos de recaídas, mas ele tenta evitá-las ao máximo.
É possível se livrar da dependência química
A história de Luís Henrique é fato de que é possível ter qualidade de vida, mesmo sendo dependente químico. O importante é que o indivíduo tenha consciência que deve mudar seu estilo de vida, assim como fez Luís Henrique, e tendo autoconhecimento do que o levou a fazer uso e entender quais os cuidados ele deve ter quando está na fissura.
Hoje, Luís Henrique está limpo há três anos consecutivos, e acredita que o olhar de amor e carinho de sua família e o foco no tratamento e recuperação são as armas contra o vício.
Clínica Marcelo Parazzi
Assim como ajudamos Luís Henrique, nós, da Clínica Marcelo Parazzi, podemos ajudar você ou algum familiar a se livrar da dependência química.
Nossa abordagem combina Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), por meio de tratamentos tradicionais com psiquiatras, psicólogos e psicanalistas, e terapias complementares que comprovadamente auxiliam nos resultados do tratamento.
Oferecemos Terapia à Distância para pessoas que residem fora do país. Agende sua avaliação e dê o primeiro passo para a recuperação.
*Este conteúdo foi publicado em dezembro de 2018 e atualizado em julho de 2024.