Se antigamente o vício em jogos de azar já era um problema, hoje em dia é uma realidade cada vez mais crescente, uma verdadeira epidemia silenciosa que tem afetado milhares de pessoas em todo o país
Devido ao fácil acesso a tecnologias e às propagandas massivas de cassinos online, apostas esportivas e loterias, o que deveria ser apenas entretenimento tem sido transformado em uma armadilha perigosa para muitos, que sequer conhecem a gravidade do vício em jogos, tampouco suas consequências, que podem ser devastadoras.
O crescimento do vício em jogos no Brasil
Não se trata apenas de uma estatística, mas de uma crise que afeta muitas pessoas e suas famílias.
O problema se instala já quando os indivíduos começam a jogar ocasionalmente, como uma forma de entretenimento. E como todo e qualquer jogo é feito para que se continue jogando, gradualmente, isso pode se transformar em um hábito compulsivo e autodestrutivo.
O fácil acesso a plataformas de apostas online e a glamourização do sucesso repentino contribuem para a rápida propagação desse vício.
Impacto financeiro
O impacto financeiro é uma das consequências negativas mais evidentes do vício em jogos.
Indivíduos viciados muitas vezes gastam somas significativas de dinheiro em apostas, buscando a emoção da vitória que, infelizmente, raramente ocorre. E o pior: quando uma dessas chances raras de vitória se concretiza, o jogador já está tão viciado que simplesmente não consegue mais parar.
Essa incessante busca por sorte muitas vezes leva à acumulação de dívidas substanciais, prejudicando as finanças pessoais e familiares.
Em casos extremos, o vício em jogo pode levar à falência, deixando um rastro de destruição financeira e emocional.
Patologia reconhecida pela OMS
Desde 1980, a OMS (Organização Mundial da Saúde) já reconhece o vício em jogos como uma patologia, intitulada “transtorno de jogo”.
Atualmente já se sabe que entre os brasileiros as estatísticas não são nada boas: esse transtorno afeta de forma total ou parcial aproximadamente 2,3% da população.
Isso sem contabilizar as pessoas com vício em videogames, uma condição bastante similar ao vício em jogos de azar, e cujos sinais iniciais podem ser percebidos desde a infância ou adolescência.
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É preciso estar atento aos sinais
Contudo, é preciso estar atento para saber identificar esses sinais. Com um mundo cada vez mais voltado aos jogos, fica cada vez mais difícil perceber a linha tênue que diferencia quem joga realmente por diversão de quem apenas diz que o faz, mas já se rendeu ao vício.
Alguns dos principais sinais de quem tem problemas com jogo podem envolver:
- Isolamento social;
- Desinteresse por qualquer outra atividade que não seja o jogo;
- Prejuízo da rotina;
- Aumento constante do tempo de jogo;
- Sofrimento ou irritabilidade excessiva quando questionado sobre o vício.
A tendência do vício é se intensificar
Dado o modo como o cérebro processa as sensações de prazer a cada aposta, a tendência de um vício em jogos é sempre a de se intensificar.
Da mesma forma que ocorre em outros tipos de dependência (inclusive a dependência química), o cérebro é condicionado a receber recompensas, e a cada aposta feita esse efeito vai diminuindo e demanda novas doses de dopamina, tornando-se um processo cíclico, ou seja, viciante.
Tratamento: início assim que o problema surgir
Para que o tratamento seja eficaz, a abordagem precisa ser holística, ou seja, que abrange aspectos físicos, psicológicos e sociais.
Infelizmente, muitas pessoas demoram a buscar ajuda devido ao estigma associado ao vício em jogos, mas é crucial compreender que essa é uma condição médica que requer intervenção profissional.
O tratamento deve iniciar logo que os primeiros sinais do problema surgirem, pois, assim como qualquer outra doença, identificar o vício em estágios iniciais aumenta significativamente as chances de uma recuperação bem-sucedida.
Recursos disponíveis para o tratamento
A conscientização sobre os recursos disponíveis para o tratamento é essencial.
A depender da gravidade, a Terapia Cognitivo-Comportamental, o aconselhamento psicológico e grupos de apoio costumam ser ferramentas valiosas no processo de recuperação, por possibilitarem a troca de experiências com outras pessoas que enfrentam o mesmo problema.
Além disso, envolver a família no processo de tratamento é vital para criar um ambiente de apoio e compreensão.
O governo, organizações não governamentais e profissionais de saúde devem unir esforços para disponibilizar serviços de tratamento acessíveis e eficazes.
É imperativo quebrar o estigma associado ao vício em jogos, promovendo ambientes nos quais haja compreensão de que essa condição é uma doença tratável, e não uma fraqueza moral.
Vício em apostas só perde para o álcool e cigarro
O vício em jogos no Brasil está rapidamente se tornando uma das principais preocupações de saúde pública, ficando atrás apenas do vício em álcool e cigarro.
A facilidade de acesso a cassinos online, a publicidade de plataformas de apostas e a falta de regulamentação adequada – especialmente nas redes sociais – contribuem para o rápido crescimento desse problema.
Comparado ao vício em substâncias químicas, o vício em jogos muitas vezes é negligenciado. No entanto, as consequências podem ser igualmente devastadoras.
Os impactos sociais, emocionais e financeiros afetam não apenas os indivíduos viciados, mas também suas famílias e comunidades, e a ausência de conscientização sobre a gravidade do vício em jogos só agrava o problema, pois enquanto o jogo alcança, fideliza e vicia cada vez mais adeptos, a falta de recursos e apoio adequados distancia cada vez mais os dependentes do tratamento que tanto necessitam.
O tratamento eficaz do vício em jogos deve ser uma prioridade para a sociedade como um todo. A implementação de políticas públicas que regulamentem a indústria de jogos, a promoção de campanhas educativas e a disponibilização de recursos acessíveis para o tratamento são passos essenciais para enfrentar essa epidemia.
Mas toda e qualquer mudança nesse sentido precisa começar com a conscientização, a compreensão e o compromisso de fornecer suporte a indivíduos afetados pelo vício, para que os dependentes possam ter novamente a esperança de recuperarem, de alguma forma, o controle de suas vontades e, por consequência, das próprias vidas.
Clínica Marcelo Parazzi
A Clínica Marcelo Parazzi pode ajudar se você ou algum familiar tem sofrido com vício em jogos.
Nossa abordagem combina Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), por meio de tratamentos tradicionais com psiquiatras, psicólogos e psicanalistas, e terapias complementares que comprovadamente auxiliam nos resultados do tratamento.
Oferecemos Terapia à Distância para pessoas que residem fora do país. Agende sua avaliação e dê o primeiro passo para a recuperação.