Infelizmente, a dependência química ainda representa uma espécie de “grande tabu velado” na sociedade.
O principal problema que leva a isso é que a realidade pode ser dura demais para ser devidamente encarada.
Muitas vezes, em uma simples reunião de amigos ou parentes, sem perceber, inicia-se um processo que pode levar ao fundo do poço. Ou como outros dizem, ao fundo da fossa, pois o fim, na dependência química, não nos oferece água. A água, só pode ser alcançada na recuperação.
É assim que, o que antes era só uma “dosezinha com uns amigos” se torna um consumo constante e abusivo que chamamos dependência.
A linha tênue da dependência química
Ao contrário do que muitos pensam, a definição de dependência química não deriva somente da quantidade de substância consumida. Aliás, essa é uma linha bastante tênue, e que varia muito para cada pessoa.
O indivíduo precisa, antes de mais nada, compreender que a dependência é um transtorno mental, ocasionado pelo consumo de substâncias psicoativas que alteram o funcionamento do cérebro, fazendo com que ele sinta cada vez mais necessidade de continuar seu consumo.
Normalmente, os efeitos mais comuns da dependência química são bastante característicos, aliam mudanças fisiológicas, cognitivas, emocionais e de comportamento, que costumam se manifestar após o consumo repetido de certa droga.
A principal arma contra o problema, hoje em dia, não passa apenas por evitá-lo, mas também pela informação, pois ao saber os sintomas de dependência química, fica muito mais fácil reconhecer a doença (ainda que já esteja instalada) para poder tentar ajudar.
7 sintomas de dependência química
Para ajudar nesse processo, enumeramos 7 dos principais sintomas de dependência química, ou seja, sinais que um dependente químico apresenta:
1. Desejo incontrolável de consumir a substância química
Talvez esse seja um dos mais flagrantes sintomas de dependência química. Mesmo sem notar, o indivíduo sente cada vez mais necessidade de consumir a substância de que é dependente.
A necessidade é simplesmente incontrolável, e esse é o momento em que, ainda que se deseje, não se consegue mais parar o uso, o que acaba se tornando um hábito completamente sem controle.
2. Necessidade de doses cada vez maiores e mais frequentes
Via de regra, dentre os sintomas de dependência química, este acompanha o anterior, pois quando o indivíduo começa a usar determinadas substâncias, em pouco tempo, o corpo vai se habituando à presença dessas drogas.
Com isso, para que se obtenha o mesmo efeito de prazer, são necessárias doses cada vez maiores e mais frequentes, o que causa o descontrole e, num ciclo vicioso (literalmente), a dependência.
Isso acontece por haver um aumento gradativo da tolerância do corpo, que gera uma necessidade de consumo ainda mais crescente.
3. Crises de abstinência diante da privação ou diminuição do consumo
As crises de abstinência podem ser classificadas como um dos sintomas de dependência química mais sofridos para o dependente. Elas ocorrem quando há privação ou diminuição de consumo da substância pela qual se é viciado.
A abstinência é uma fase incômoda, não só mentalmente, pois a necessidade fisiológica de consumo desencadeia sintomas tanto físicos quanto psíquicos.
Entre eles podemos citar tremores, ansiedade, nervosismo, fissura, sudorese, pele úmida e fria, fraqueza, dores musculares, perda de apetite, náuseas e vômito, inquietude, insônia, confusão e desorientação mental, delírios e alucinações, dilatação pupilar, formigamento e até mesmo convulsões.
4. Mudanças significativas nas atitudes e no comportamento
A depender do tipo de psicoativo consumido, podem ocorrer alterações significativas de comportamento. O fato é que, quando alguém se torna realmente um dependente químico, sua forma de agir depende de conseguir – ou não – continuar o consumo da substância viciante.
Na mesma medida em que a dependência vai aumentando, o dependente pode manifestar, de uma hora para outra, alterações drásticas de humor, episódios depressivos, impaciência, desânimo, euforia, frustração, desinteresse por atividades antes altamente valorizadas por ele, irritabilidade ou impulsividade, conforme o efeito da droga consumida.
5. Distanciamento da família, dos amigos e dos afazeres
O isolamento social é um dos sintomas mais comuns entre dependentes químicos. Isso porque o indivíduo acaba abandonando as atividades que antes realizava cotidianamente, entre elas, a participação no meio familiar e social em que estava inserido.
É uma fase de extrema solidão para o dependente, que costuma inclusive verbalizar a dor de que, em tese, “ninguém o compreende” e que “todos se afastaram dele”.
Na prática, geralmente é o próprio dependente quem se afasta do trabalho, do lazer e da vida familiar e social.
6. Endividamento
Nem todas as questões relativas ao descontrole financeiro estão necessariamente ligadas ao vício, mas precisamente ao descontrole do lado emocional.
A fissura pelo consumo de uma substância psicoativa degrada tanto o lado psicológico quanto o emocional, e esse estrago não poderia ter outra consequência senão o dependente lançar mão de todas as opções que tem para conseguir continuar mantendo o vício – nesse caso, literalmente, a qualquer custo.
Há casos em que o dependente químico se desfaz dos próprios bens, se endivida, vende objetos próprios e até de outras pessoas à sua volta.
É a fase em que alguns, inclusive, se iniciam no mundo do crime, por praticarem furtos para obter algum modo de sustentar o uso de drogas.
7. Descuido da aparência, da higiene e da saúde
Esse é outro dentre os sintomas de dependência química que varia conforme cada pessoa. Entretanto, independentemente de quando ocorra, o dependente negligencia deliberadamente os autocuidados, tratando a si mesmo com total descaso.
É bastante comum que os dependentes que manifestam esse sintoma também apresentem quadros depressivos, o que torna ainda mais profundo o problema.
O quadro de autonegligência pode inclusive envolver questões psicológicas ou físicas, atingindo não só a aparência, mas também necessidades básicas como a saúde e a higiene pessoal.
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Reconhecer os sintomas é o primeiro passo
Vale lembrar que reconhecer os sintomas de dependência química é fundamental, mas não pode ser o único passo, e sim o primeiro.
É importante sinalizar que internação não é sinônimo de tratamento de dependência química. Há casos que necessitam de internação direta e há casos que não necessitam de internação e sim de tratamento ambulatorial.
Para entender qual é o caso em questão, antes de mais nada, busque orientação preferencialmente com um psiquiatra ou psicólogo especializados no assunto.
É imprescindível que, a partir do reconhecimento desses sintomas em alguém à sua volta, se busque orientação e a ajuda de grupos de apoio ou equipes de saúde, para que os profissionais possam fazer a devida intervenção.
Pois o fardo de uma dependência química é algo desafiador demais para se carregar sozinho.
Clínica Marcelo Parazzi
Se você ou algum familiar tem sofrido com dependência química, a nossa clínica pode ajudar.
Além de se fundamentar na Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) e oferecer todo o tratamento tradicional por meio de psiquiatras, psicólogos e psicanalistas para tratar ansiedade, depressão e outros transtornos, a Clínica Marcelo Parazzi também dispõe de Terapia Holística, que desenvolve estratégias terapêuticas como Reiki, Yoga, Meditação, Constelação Familiar e Mindfulness (Consciência plena), para auxiliar no alcance de melhores resultados nos tratamentos dos pacientes, que são, comprovadamente, grandes aliados na recuperação desses indivíduos.
Estamos à disposição para auxiliar com a Terapia à Distância, realizando atendimento inclusive para pessoas que residem fora do país.