Assim como qualquer outro vício, a dependência digital precisa ser tratada devidamente e a tempo.
É inegável que a internet surgiu para revolucionar o mundo. Contudo, o que surgiu inicialmente para melhorar o mundo ao nosso redor, também trouxe consigo um dos maiores problemas da atualidade: a dependência da internet.
De repente, o indivíduo perde a noção de quantas horas passou online. Depois não consegue mais concentrar em outras tarefas, e começa a se isolar da família e dos amigos, passando a preferir os relacionamentos interpessoais via rede de computadores, ou a conhecer e ter contato exclusivamente com pessoas no meio digital. Veja também como a hiperconectividade pode aumentar quadros de ansiedade.
Terapia Cognitivo-Comportamental e dependências digitais
Assim como qualquer outro vício, a dependência digital precisa ser tratada devidamente e a tempo.
Embora haja muitas formas de abordagem e tratamentos para transtornos como esse, atualmente a mais recomendada – e que demonstra resultados mais visíveis e contundentes – é a TCC, ou Terapia Cognitivo-Comportamental.
A relação Terapia Cognitivo-Comportamental e dependências digitais pode ser utilizada tanto com adolescentes (público com maior e mais grave incidência do transtorno) quanto com adultos.
Objetivo da Terapia Cognitivo-Comportamental nas dependências digitais
O objetivo da TCC, como o próprio nome indica, é a ressignificação dos comportamentos compulsivos relacionados ao uso da internet.
A ideia é a de que todo pensamento gera determinado comportamento, quase que automaticamente, e todos esses hábitos são geridos por uma crença central.
Uma vez identificada, essa crença será trabalhada e modificada, o que terá consequências no modo de pensar e, por sucessão, afetará os comportamentos, possibilitando a ressignificação do hábito inicial (vício), direcionando o foco à criação de hábitos novos e mais saudáveis.
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TCC e o reconhecimento das qualidades do indivíduo
Não ter coragem de conversar pessoalmente representa perfeitamente a realidade cotidiana de um dependente digital. Aliás, ocorrem perdas significativas relacionadas à autoestima e à capacidade de estabelecer vínculos e contatos sociais.
Por essa razão, o principal comportamento problemático de quem sofre desse transtorno é precisamente a queda de produtividade em atividades do dia a dia, devido à dificuldade em se desconectar, o que faz com que a pessoa acabe acreditando que só é capaz de contato com outras pessoas por meios digitais, e que pessoalmente ela seria alguém completamente desinteressante, de quem ninguém gostaria.
Pensamentos como esse demonstram a crença central de desvalor (falta de valor), que pode ser modificada por meio de estratégias como a identificação de qualidades da pessoa envolvida, bem como treiná-la para saber reconhecer por si mesma essas qualidades, além de promover a aproximação de pessoas do mundo real, desplugadas e desvinculadas do mundo digital.
Aproximações sucessivas
Mas, obviamente, nada disso é feito de uma hora para outra. Na relação Terapia Cognitivo-Comportamental e dependências digitais, a técnica aborda a aproximação de maneira sucessiva, treinando o comportamento inicialmente em ambientes controlados como o consultório, por exemplo, durante uma das sessões de terapia, e só depois de algum progresso levando o paciente de volta à própria vida “real”.
TCC e o cuidado para não transformar um vício em outro
Nosso cérebro constrói hábitos naturalmente, por diferentes razões específicas. Um vício, de certa forma, é um caminho que o indivíduo encontra para sanar uma necessidade dentro de si, que pode ser que nem mesmo ele compreenda totalmente.
Assim, ao simplesmente cortar o comportamento que caracteriza o vício ou ato compulsivo, automaticamente se estará tirando do indivíduo algo ainda maior, e que lhe dava a sensação de saciedade, ainda que momentânea.
Neste caso, a tendência será muito maior de que a pessoa procure substituir um vício por outro, a fim de compensar a impossibilidade de agir conforme aquilo a que estava habituada.
Por exemplo: ao ser impedido de usar o celular ou o computador, o adicto digital pode substituir o vício em internet pelo consumo de cigarro, álcool, outras drogas ou comportamentos igualmente viciantes, como jogos, sexo e até mesmo o trabalho.
Não se trata de proibir, e sim de encarar o problema da forma correta, com a devida seriedade que somente a terapia adequada pode promover.
Auxílio da atividade física e da rede de apoio presencial
Além da TCC, nós da clínica Marcelo Parazzi recomendamos que se priorize a prática de atividades físicas, o contato presencial com amigos, ir ao cinema ou quaisquer outras atividades ao ar livre, que possibilitam ampliar as interações com outras pessoas e ambientes fora do contexto digital.
É igualmente imprescindível o contato pessoal no contexto familiar, além da presença dos amigos e da conscientização de que o ser humano é infinitamente valioso, e que isso não depende da avaliação ou aprovação alheia de quem quer que seja, estejam essas pessoas no mundo digital ou real.
Clínica Marcelo Parazzi
Se você ou algum familiar tem sofrido com dependência digital, nossa clínica pode ajudar.
Além de se fundamentar na Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) e oferecer todo o tratamento tradicional por meio de psiquiatras, psicólogos e psicanalistas para tratar ansiedade, depressão e outros transtornos, a Clínica Marcelo Parazzi também dispõe de Terapia Holística, que desenvolve estratégias terapêuticas como Reiki, Yoga, Meditação, Constelação Familiar e Mindfulness (Consciência plena), para auxiliar no alcance de melhores resultados nos tratamentos dos pacientes, que são, comprovadamente, grandes aliados na recuperação desses indivíduos.
Estamos à disposição para auxiliar com a Terapia à Distância, realizando atendimento inclusive para pessoas que residem fora do país.