Nos últimos anos, o número de pessoas que apresentam quadros de depressão simplesmente disparou.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), na América Latina, Brasil é o país com maior prevalência de depressão.
Pode parecer bobagem, mas boa parte desses casos está, de alguma forma, ligada ao uso de drogas. Isso porque há um ciclo perigoso no qual tanto o consumo de entorpecentes gera quadros de depressão, quanto a própria depressão conduz o indivíduo a intensificar o uso de substâncias, na busca por um alívio imediato do sofrimento.
Antes de mais nada, é bom ter em mente que, independentemente de qual tenha sido a causa ou o motivo que desencadeou a depressão, quando não tratada adequadamente, pode acarretar problemas ainda mais sérios.
O que é depressão
Por definição, um quadro patológico de depressão é caracterizado por um transtorno que acaba por causar prejuízos emocionais e psicológicos do indivíduo, como baixa autoestima, humor depreciativo, tristeza profunda, pensamentos e sentimentos de inferioridade e até mesmo tentativas, ou concretização de suicídio.
Leia também Como evitar a depressão.
Diferença entre depressão e estado depressivo
Contudo, é interessante destacar que há diferenças entre o que se define como um estado depressivo e a depressão enquanto doença propriamente dita.
Enquanto o estado depressivo é uma fase de sofrimento, mas que não alcança status de patologia, a depressão é uma doença crônica, igualmente séria, mas muito mais agressiva ao indivíduo, especialmente se não for tratada e controlada específica e adequadamente.
Relação da depressão com o uso de drogas
Outro detalhe a ser mencionado é que a depressão pode, facilmente, induzir o indivíduo ao consumo (ou intensificação do uso) de drogas.
Ao tentar afastar os pensamentos e emoções negativas, há uma busca pelos sentimentos de alegria e prazer, o que pode acabar se tornando um gatilho poderoso para a dependência química.
Já sabemos que depressão e uso de drogas são problemas coexistentes. Algumas situações, porém, podem funcionar como verdadeiros “empurrões”, intensificando ainda mais o problema.
O fato é que, na maioria dos casos de dependência, a pessoa simplesmente começa a se iludir de que precisa da droga para aliviar determinadas situações e circunstâncias que trazem sofrimento, o que conhecemos popularmente como “desculpas” para consumir mais uma dose da substância viciante.
Principais motivos da depressão após o uso de drogas
1. Problemas pessoais
Algumas drogas possuem efeitos neurológicos similares aos do prazer e da calma, o que torna bastante comum o fato de alguém buscar nas drogas um refúgio dos próprios problemas.
O problema é que, fatalmente, isso leva à dependência química, em bem menos tempo do que se espera.
Além disso, na mesma velocidade – ou até em menos tempo – o motivo deprimente inicial acaba retornando e, com ele, a depressão que motivou o consumo de drogas.
Embora seja perfeitamente compreensível que se busque uma fuga do sofrimento, quando se tem algum tipo de problema pessoal, é imprescindível levar em consideração que anestesiar a dor momentaneamente não fará com que o problema seja resolvido, e sim a busca pela solução, o enfrentamento para o qual muitos nunca se sentem preparados.
2. Frustrações
Absolutamente nenhum ser humano é socialmente preparado para encarar com naturalidade sentimentos como frustração e fracasso.
Lidar com a derrota faz com que o indivíduo se sinta incapaz até mesmo de seguir em frente, e essa fragilidade também gera circunstâncias que comumente servem como pano de fundo para a adesão ao vício.
Daí para a depressão são poucos passos, especialmente quando, na tentativa de superar a sensação de derrota, a pessoa resolve se refugiar nas drogas recreativas ou naquelas tidas como mais pesadas. Destacando que uma droga recreativa pode facilmente se transformar em uma droga pesada com o desenvolvimento da dependência química no indivíduo.
3. Sobrecarga cerebral devido ao uso de drogas
O uso excessivo de drogas pode sobrecarregar o cérebro, dentre diversos outros órgãos, que simplesmente passa a não dar conta de atuar na liberação dos neurotransmissores.
Essa sobrecarga causa forte indisposição, cansaço e tristeza profunda, estados típicos de quadros depressivos, e que podem se converter facilmente em estados depressivos ou até mesmo em condições patológicas (depressão propriamente dita).
4. Consequência da abstinência
Muito se engana quem acredita que as drogas estão ligadas apenas às sensações de calma e relaxamento.
Substâncias como cocaína e crack produzem sensações estimulantes que ampliam a sensação de poder e euforia.
O problema é que, pouco tempo depois, esses sentimentos diminuem ou cessam, e em seu lugar se instalam o abatimento, tristeza e pensamentos negativos. Ou seja, o indivíduo consome euforia e recebe de brinde um estado depressivo como consequência da abstinência.
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Depressão após o uso de drogas: o que fazer?
Quem já viveu ou presenciou uma crise de abstinência sabe perfeitamente os reais efeitos do uso de drogas: altos e baixos, ir da alegria à tristeza profunda em questão de minutos.
Os danos são enormes, mas é necessário levantar a cabeça e buscar alternativas saudáveis para seguir em frente.
Já existem incontáveis meios de ajuda para dependentes químicos que sofrem de depressão pós uso de drogas.
Essas opções são simples, além de serem bastante práticas, e abrangem desde as indicações de prevenção até a melhoria de vulnerabilidades mais graves, como estados depressivos já instalados.
Procure por um profissional da saúde
Embora o primeiro passo seja sempre reconhecer a dependência química como um problema real, buscar ajuda é fundamental, e precisa ser o próximo passo.
Profissionais de saúde e assistência social podem ajudar num primeiro momento, e encaminhar cada caso com o devido cuidado e peculiaridade que merece.
A partir daí, vem o papel dos terapeutas, psicólogos e médicos, que podem entrar em cena quando são diagnosticados quadros de depressão, independentemente de serem decorrentes do uso de drogas ou não.
Seguir com a terapia e as medicações, se for o caso, será o caminho mais plausível.
Vale lembrar que não é necessariamente obrigatório estar em crise para buscar pela ajuda de qualquer um desses profissionais.
Até porque, às vezes, é no próprio diálogo e em orientações iniciais, aquelas “sem compromisso”, que o dependente acaba reconhecendo que tem um problema com o qual precisa lidar de forma madura, e que sozinho essa batalha será mais difícil de ser travada.
Ao buscar por ajuda, a equipe de profissionais ainda tem a missão de ajudar os pacientes a se reintegrarem ao convívio social, preparando-os física, mental e emocionalmente para esse retorno, o que costuma ser um ponto enorme de vantagem e qualidade de vida.
Recorra a grupos de apoio
Outro ponto forte de quem busca tratamento para se livrar da depressão e do uso de drogas são os grupos de apoio, também conhecidos como grupo de mútua ajuda.
Existem mais pessoas com o mesmo problema do que se pode imaginar, assim como há milhares de pessoas tentando se ajudar no mesmo propósito de largar o vício.
Conviver com pessoas que compartilham das mesmas dificuldades, mas que estão igualmente dispostas a vencê-las pode ser um fator motivacional importante, em especial quando bater aquela sensação de que ninguém entende o que você está passando.
Ao frequentar grupos de apoio, com o tempo, o paciente acaba percebendo que se torna menos penoso manter-se livre dos entorpecentes, e que o tratamento fica mais leve quando devidamente acompanhado, mesmo quando se está apenas na fase de manutenção, por já se sentir um pouco melhor (pois é justamente essa a fase que costuma iludir os indivíduos, que abandonam o tratamento, acreditando já terem vencido a batalha completa).
Alimentar-se saudavelmente
Engana-se duramente quem acredita que as drogas prejudicam somente o lado emocional e mental.
A dependência química faz com que a pessoa perca peso demais, ficando muito abaixo dos níveis considerados como saudáveis. Isso se dá pela ausência de muitos nutrientes necessários à devida manutenção do corpo.
E, como já se sabe, grande parte da boa aparência de um ser humano é consequência de uma alimentação equilibrada.
Sabendo que o dependente químico não possui esse controle por si mesmo, qualquer profissional que trabalhe com dependentes sabe que é natural vê-los fracos, com as feições abatidas, apresentando problemas como queda de cabelos, e até podendo passar por desequilíbrios momentâneos ou mesmo alucinações.
Além disso, dada a fragilidade física, o corpo pode acabar reagindo, e algumas disfunções e doenças como problemas de pressão arterial e diabetes podem se manifestar.
Mesmo que seja desafiador, o ideal é que se oportunize uma dieta saudável, com uma alimentação balanceada e que contenha os nutrientes suficientes para a recuperação total da sanidade física, mental e emocional.
Quando há quadros de depressão após o uso de drogas, além da busca por ajuda de profissionais de assistência social, saúde e terapias, contar com o apoio de profissionais de nutrição que possam controlar a ingestão de alimentos no sentido de melhorar a qualidade da saúde pode ser essencial na melhoria dos resultados do tratamento, bem como da qualidade de vida do indivíduo.
Praticar atividade física
Se os benefícios de exercitar-se regularmente são inegáveis para pessoas saudáveis, quem dirá para os que de fato necessitam de seus benefícios!
Como a prática de exercícios físicos libera endorfina, essa substância fornece ao corpo uma sensação de bem-estar que é primordial para quem necessita retomar ou melhorar a saúde mental. Além disso, alivia a tensão muscular, permitindo um relaxamento maior, ocasionando a diminuição da insônia, serve como hobbie, trabalha questões de autodisciplina e ainda ajuda a se distrair das preocupações do dia a dia.
Se tiver recém iniciado seu processo de mudança de estilo de vida, parando de usar e saindo do sedentarismo, não deixe de consultar seu médico e realizar um check up. Isso possibilitará iniciar essa nova, possível e bela fase, em segurança e de forma gradativa.
Clínica Marcelo Parazzi
Se você ou algum familiar tem sofrido com depressão por uso de drogas, a nossa clínica pode ajudar.
Além de se fundamentar na Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) e oferecer todo o tratamento tradicional por meio de psiquiatras, psicólogos e psicanalistas para tratar ansiedade, depressão e outros transtornos, a Clínica Marcelo Parazzi também dispõe de Terapia Holística, que desenvolve estratégias terapêuticas como Reiki, Yoga, Meditação, Constelação Familiar e Mindfulness (Consciência plena), para auxiliar no alcance de melhores resultados nos tratamentos dos pacientes, que são, comprovadamente, grandes aliados na recuperação desses indivíduos.
Estamos à disposição para auxiliar com a Terapia à Distância, realizando atendimento inclusive para pessoas que residem fora do país.
