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Uso de drogas e sua relação com a depressão e ansiedade

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Uso de drogas e sua relação com a depressão e ansiedade

É cada vez maior o número de pessoas, mundo afora, que sofrem de transtornos ligados à depressão e ansiedade.

No Brasil a situação não é diferente: somos, sem sombra de dúvidas, o país com os piores dados no ranking. Uma pesquisa global e liderada pela Universidade Estadual de Ohio, nos Estados Unidos, apontou que o Brasil é o país mais ansioso do mundo.

Mas o que pouca gente se dá conta é que quadros de depressão e ansiedade podem estar ligados diretamente ao uso de substâncias entorpecentes, cujo consumo prolongado pode tanto desencadear sintomas quanto agravar quadros pré-existentes.

 

Depressão e ansiedade

Ansiedade

Antes de mais nada, é necessário relembrar que a ansiedade é uma reação natural e inerente aos seres humanos.

Sendo assim, em circunstâncias que despertam medo, incerteza ou algum tipo de expectativa, é perfeitamente normal que se reaja de maneira ansiosa.

A ansiedade só se torna, de fato, um problema concreto, quando ocorre de maneira inadvertida ou descontrolada, sem a presença de situações e problemas reais que possam desencadeá-la, como aguardar os resultados de um exame importante, a expectativa do nascimento de um filho, entre tantas outras situações comuns do dia a dia, que são estressantes e demandam certo preparo de adaptação do organismo, a fim de que ele possa responder adequadamente a elas.

 

TAG – Transtorno de Ansiedade Generalizada

Quando a ansiedade alcança padrões desproporcionais e se torna um desafio complicado demais a ser vencido, pode evoluir para quadros de TAG (Transtorno de Ansiedade Generalizada), já considerado oficialmente como transtorno mental.

O TAG pode ser identificado pela presença e persistência de preocupação em excesso ou de uma expectativa bastante apreensiva.

O conjunto de sintomas  normalmente é difícil de controlar e perdura por, no mínimo, seis meses, o que permite delinear o diagnóstico desses transtornos com bastante precisão.

Além disso, a ansiedade pode se manifestar em pessoas de qualquer faixa etária, e vir acompanhada de sintomas como perturbações do sono, inquietação e irritabilidade, ou mesmo tensões musculares e dificuldades para se concentrar.

Dadas essas características específicas, tanto podem ocorrer casos de ansiedade em decorrência do uso (ou abstinência) de substâncias químicas, quanto a própria dependência pode ser uma consequência de quadros de ansiedade pré-existentes.

 

Sintomas de ansiedade

Alguns sintomas entre os mais comuns e frequentes da ansiedade são: 

  • tensão, nervosismo e níveis de preocupação excessivos, quase incontroláveis;
  • a sensação constante de que algo muito ruim pode ocorrer a qualquer momento;
  • criação de circunstâncias e situações que, mesmo sem o mínimo indício real, podem acarretar coisas ruins (na mente do indivíduo);
  • foco em pensamentos negativos, dando muita importância aos problemas;
  • rigidez e tensão muscular;
  • problemas digestivos;
  • falta ou excesso de apetite;
  • medo e preocupação excessivos a respeito de eventos sociais;
  • agitação de membros inferiores e posteriores;
  • irritabilidade ampliada e até insônia.

 

Depressão

Conhecida como a doença do século XXI, a depressão é um transtorno de ordem psiquiátrica, e que se manifesta por alterações de humor, apetite e sono, além de tristeza profunda e que parece sem fim, aliada a sentimentos de dor, culpa, ausência de esperança, autoestima muito baixa e até desencanto em relação a tudo.

E o mais intrigante é que nem sempre há um gatilho – ao menos perceptível – que defina onde termina a tristeza e se inicia o quadro de depressão.

Enquanto pessoas tidas como “normais” são capazes de superar situações tristes ou que lhes causem quaisquer sofrimentos, a pessoa depressiva nem mesmo precisa de motivos reais para o sofrimento, e podem permanecer com esses sintomas por semanas, meses ou até anos.

Quem é depressivo não costuma enxergar a saída da própria depressão, tampouco encontrar prazer, mesmo nas atividades que antes gostava de desempenhar.

Sem o diagnóstico e tratamento, a tendência é a piora do quadro, o qual também pode estar associado ao consumo de drogas, tanto lícitas (como o álcool) quanto ilícitas, como maconha e cocaína, por exemplo.

 

Sintomas da depressão

Entre os principais sinais de depressão estão:

  • esquecimento;
  • insônia;
  • irritabilidade;
  • apatia e falta de energia;
  • dificuldade de concentrar-se,
  • perda completa de interesse por atividades e hobbies que praticava com paixão antes;
  • pessimismo;
  • indecisão;
  • ansiedade.

 

Diferença entre tristeza e depressão

 Embora depressão e tristeza possam ter similaridades, há detalhes que podem ser considerados pontos imprescindíveis de diferenciação. Um dos primeiros pontos diz respeito ao tempo e à motivação.

Enquanto a tristeza tem uma duração mais curta e normalmente ocorre por algum motivo, a depressão é um quadro mais profundo, duradouro (que pode se estender por semanas ou até períodos maiores) e pode ocorrer completamente sem motivo algum.

A tristeza por si só não é um quadro totalmente fechado. Logo, se algo de bom ocorrer durante um quadro de tristeza, o indivíduo consegue reagir a ela.

Há ainda um detalhe interessante: como a tristeza é acompanhada de um motivo, é bastante comum que a pessoa triste pense repetidamente nesse motivo, que provavelmente é o que a leva ao desânimo e, consequentemente, cessando o motivo, a tristeza se esvai.

No caso da depressão, ainda que algo de maravilhoso ocorra bem diante dos olhos, o indivíduo depressivo simplesmente não consegue se desvencilhar do quadro de tristeza.

É algo bem mais profundo, mais complexo, e que não passa facilmente, podendo inclusive atingir outro patamar, que infelizmente é mais comum do que se pensa em indivíduos depressivos: as ideias e planos suicidas.

 

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Diferença entre depressão e ansiedade

Tanto a ansiedade quanto a depressão são transtornos mentais que afetam drasticamente a qualidade da vida do indivíduo, pois possuem como características principais o isolamento social e a perda do prazer em praticar atividades das quais antes se gostava.

Mesmo com muitos prejuízos cotidianos similares, uma diferença bastante importante vem diretamente da origem de cada doença: a ansiedade gera uma angústia, um enorme medo do futuro, daquilo que nem mesmo veio a acontecer ainda.

Já a depressão é pontuada por extremo desinteresse, uma tristeza que desanima completamente a pessoa, que não é mais capaz de fazer nem mesmo aquilo que lhe era mais prazeroso na vida.

O mais intrigante é que depressão e ansiedade  se entrelaçam, sendo fatores de risco uma para a outra, o que também ocorre entre esses dois transtornos e suas relações com a dependência química.

 

Uso de drogas e sua relação com a depressão e ansiedade

Grande parte dos usuários de drogas começou a utilizar essas substâncias em busca de uma maneira de fugir um pouco da realidade e lidar com problemas pessoais.

Mesmo sabendo que não se trata precisamente do melhor caminho, esses indivíduos caem na dependência, pois, buscando aliviar as tristezas e o estresse, acabam por agravar ainda mais os próprios problemas, e somam a eles episódios de depressão e ansiedade.

Há inclusive casos de depressão induzida, que no longo prazo geram as mesmas alterações nos neurotransmissores cerebrais, ocasionando igualmente sintomas depressivos graves que podem se perpetuar.

Acrescente-se a isso o fato de que incontáveis pesquisas já revelaram a relação direta entre o uso de drogas e doenças mentais (não pré-existentes), especialmente por seus efeitos e pelos danos que causam ao longo do tempo. 

 

Álcool

Embora seja uma das drogas tidas como lícitas, o álcool é um dos grandes responsáveis por quadros de depressão grave e até mesmo de suicídios.

Uma pesquisa realizada pela USP em 2018, que mostra a ligação entre álcool e suicídio na faixa de 25 a 44 anos, revelou resultados assustadores, segundo os quais cerca de 30% dos suicidas analisados tinham algum teor alcoólico no sangue.

Além disso, o álcool também causa sintomas como tristeza profunda e letargia – muito similares à depressão – mesmo durante os períodos de abstinência, o que acaba fazendo com que as pessoas consumam cada vez mais,  e se tornem dependentes ainda mais facilmente.

 

Tabaco

Outra substância lícita bastante conhecida é o tabaco, atualmente apresentado em variadas formas, inclusive, para alcançar todos os perfis de clientes. 

Geralmente, pessoas que sofrem de transtornos mentais de qualquer ordem, inclusive os de ansiedade e os depressivos, são mais propensas ao desenvolvimento do tabagismo.

Pessoas com transtorno de ansiedade buscam através do tabagismo o aumento da concentração, da atenção e da memória, além do alívio que sentem quando fumam e espantam temporariamente sintomas da síndrome de abstinência de nicotina.

Indivíduos com sintomas depressivos buscam no tabagismo um pouco de estimulação e leve euforia inicial, provocados pelos contatos iniciais com a nicotina.

 

Maconha

Por ser conhecida como uma droga relaxante, a maconha acaba enganando – e viciando – muito facilmente. Muitos se enganam, por acharem que se trata de uma “substância leve” e que pode ser usada apenas para aliviar a ansiedade e o estresse cotidiano.

Com isso, a depressão se espalha entre seus usuários, especialmente os que se iniciam desde cedo, ou que estendem o uso num prazo mais longo

 

Cocaína

Por ser um tipo de droga estimulante, a cocaína é uma substância que amplia a atividade cerebral e mantém o usuário em constante alerta, gerando efeitos tanto durante o consumo (quando ocorrem ataques de pânico) quanto na abstinência, em que podem ocorrer episódios gravíssimos de ansiedade.

 Contudo, o maior problema é que, apesar de fazer com que a pessoa se sinta até mais resistente, quando o efeito do narcótico passa, ocorre uma espécie de descarga completa de energia, e o usuário se sente completamente cansado e indisposto.

E como o corpo não é naturalmente preparado para ser bombardeado com esse tipo de estímulo, substâncias como cocaína e anfetamina podem ser grandes indutoras de quadros severos de depressão e ansiedade.

 

Ecstasy

Essa droga induz diretamente à euforia e mudanças de humor, que podem gerar dificuldades na memória, fadiga mental, ansiedade, pânico e depressão, especialmente quando as doses consumidas são excessivas.

O fato é que muitas dessas substâncias estão diretamente ligadas a alterações do sistema nervoso.

Além dessa sobrecarga neural, as próprias drogas podem ser as causadoras de doenças, ou ser o ponto agravante de quem já apresentava algum quadro de depressão ou ansiedade prévia.

Quando há o uso abusivo de drogas por parte do dependente, o mais óbvio inclusive é que o usuário retarde não só a percepção do problema, mas também o tratamento adequado, uma vez que estão interligados.

Mas é imprescindível que essa percepção ocorra, uma vez que há um ciclo vicioso (literalmente), no qual as drogas geram depressão e ansiedade, assim como esses transtornos levam ao aumento do consumo de drogas, o que pode intensificar ainda mais os problemas, não só para o dependente em si, mas para todos os que fazem parte de seu círculo social e familiar.

 

Tratamento de dependentes químicos com depressão e ansiedade

Se o tratamento de quadros depressivos ou de ansiedade já demanda cuidados intensivos, quando esses transtornos estão associados à dependência química (ou qualquer outra comorbidade), a atenção precisa ser redobrada, e os cuidados bem mais específicos.

Dada a inter-relação entre a dependência e os transtornos como depressão e ansiedade, o ideal é encontrar os gatilhos que levam a um ou a outro, com a finalidade de compreender, agir e desativar a origem do problema.

Por isso, o primeiro passo, ao acolher um paciente desses, é submetê-lo a uma avaliação com um profissional psiquiatra, a fim de determinar com maior precisão o diagnóstico de possível transtorno mental, bem como de eventuais variáveis que possam afetar o tratamento.

O objetivo, a partir de então, passa a ser a compreensão da relação do paciente com as drogas. São analisados seus padrões de comportamento, como o individuo encara a dependência e quais os possíveis fatores ou gatilhos que podem influenciar suas decisões.

Após esse mapeamento das circunstâncias e do quadro individual, é possível traçar o método mais assertivo de tratamento, que normalmente é composto por algumas fases, que iniciam desde a desintoxicação, passam por uma conscientização e finalizam com a reinserção social do paciente.

Na maior parte das vezes, para que se obtenha os resultados esperados, é necessário que o paciente siga o tratamento em regime de internação. Durante esse período, o tratamento é realizado levando em conta a análise psiquiátrica e a evolução do paciente.

Portanto, para quem apresenta um quadro de depressão e ansiedade – em especial os que também se encaixam no perfil de dependentes químicos – o ideal é buscar ajuda em centros especializados e com profissionais capacitados a darem o melhor suporte possível, oferecendo o acolhimento e os tratamentos mais adequados a cada caso.

Quer conversar sobre o assunto? Agende uma consulta!

 

Clínica Marcelo Parazzi

Se você ou algum familiar tem sofrido com dependência química e sua relação com depressão e ansiedade, a nossa clínica pode ajudar.

Além de se fundamentar na Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) e oferecer todo o tratamento tradicional por meio de psiquiatras, psicólogos e psicanalistas para tratar ansiedade, depressão e outros transtornos, a Clínica Marcelo Parazzi também dispõe de Terapia Holística, que desenvolve estratégias terapêuticas como Reiki, Yoga, Meditação, Constelação Familiar e Mindfulness (Consciência plena), para auxiliar no alcance de melhores resultados nos tratamentos dos pacientes, que são, comprovadamente, grandes aliados na recuperação desses indivíduos.

Estamos à disposição para auxiliar com a Terapia à Distância, realizando atendimento inclusive para pessoas que residem fora do país. 

Agende sua primeira consulta.

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