O transtorno depressivo é uma condição de saúde mental que afeta mais de 300 milhões de pessoas ao redor do mundo, segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) .
Caracterizado por uma tristeza persistente e uma perda de interesse em atividades anteriormente prazerosas, o transtorno depressivo pode ter um impacto profundo na vida de quem sofre com esse problema, que é real e demanda a devida atenção.
A expressão “transtorno depressivo” não define uma condição única, mas um termo amplo, que engloba várias formas diferentes da doença. Compreender essas variações é essencial para um diagnóstico preciso e um tratamento eficaz.
É por isso que, a partir de agora, exploraremos esse verdadeiro universo, com o propósito de explorar os diferentes tipos de transtornos depressivos, suas características, sintomas e tratamentos disponíveis.
O transtorno depressivo
Trata-se de uma condição médica que se manifesta através de sentimentos persistentes de tristeza, desesperança e desânimo.
Diferentemente de uma tristeza passageira ou de um “baixo astral”, o transtorno depressivo é uma condição contínua, uma doença psiquiátrica classificada como crônica e que pode durar semanas, meses ou até anos, impactando significativamente a vida diária de uma pessoa.
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Tipos de transtornos depressivos
Existem vários tipos de transtornos depressivos, cada um com suas características únicas.
1. Transtorno depressivo maior
O transtorno depressivo maior é talvez a forma mais conhecida de depressão. Caracteriza-se por episódios de depressão intensa que podem durar pelo menos duas semanas.
Esses episódios podem ser isolados e ocorrer apenas uma ou outra vez na vida de uma pessoa, mas é mais comum que ocorram várias vezes ao longo dos anos. Normalmente é bastante duradouro e recorrente, e os sintomas se mantêm presentes por mais de seis meses.
Pode ser identificado pela sensação de angústia, possivelmente advinda tanto de ordem biológica, quanto social ou psicológica. Esse tipo de transtorno altera a química cerebral, o que acarreta uma mudança na própria atividade e função neurológica.
Sintomas
Os sintomas do transtorno depressivo maior incluem:
- Sentimentos persistentes de tristeza, desesperança ou vazio;
- Perda de interesse ou prazer em atividades anteriormente prazerosas;
- Alterações no apetite e peso (aumento ou perda);
- Dificuldade para dormir ou dormir excessivamente;
- Fadiga ou falta de energia;
- Sentimentos de inutilidade ou culpa excessiva;
- Dificuldade de concentração ou tomada de decisões;
- Pensamentos de morte ou suicídio.
2. Transtorno depressivo menor
Caracteriza-se por uma forma menos severa de depressão que inclui sintomas similares aos do transtorno depressivo maior, mas em menor número e intensidade.
Geralmente é classificado assim por não atender necessariamente a todos os requisitos ou sintomas, e sim a um ou dois deles.
Contudo, pode não interferir tanto nas atividades diárias, ainda assim, causa sofrimento e necessita de tratamento.
3. Transtorno depressivo persistente
Também conhecido como distimia, é uma forma crônica de depressão que dura por pelo menos dois anos. Embora os sintomas possam não ser tão severos quanto os do transtorno depressivo maior, sua natureza contínua pode ser igualmente debilitante.
Outro ponto importante é que, dada sua recorrência, pode oscilar entre momentos de sintomas menos graves, e até mesmo incluir episódios de depressão maior, o que geralmente é confundido com mau-humor ou instabilidade emocional.
Sintomas
Os sintomas da distimia incluem:
- Sentimentos de tristeza na maior parte do dia;
- Perda de interesse em atividades diárias;
- Fadiga ou baixa energia;
- Baixa autoestima;
- Introversão;
- Dificuldade de concentração e tomada de decisões;
- Predisposição a transtorno de ansiedade;
- Sentimentos de desesperança.
4. Depressão bipolar
A depressão bipolar, ou transtorno bipolar, é caracterizada por mudanças extremas de humor que incluem episódios de depressão e episódios de mania ou hipomania.
Sintomas
Os sintomas da fase depressiva do transtorno bipolar são muitas vezes idênticos aos de depressão maior:
- Sentimentos de tristeza ou vazio;
- Perda de interesse em atividades;
- Fadiga ou falta de energia;
- Alterações no apetite e no sono;
- Dificuldade de concentração;
- Sentimentos de desesperança e inutilidade;
- Pensamentos de suicídio.
Por outro lado, nas fases de euforia, alguns dos sintomas são:
- Comportamento agitado e multitarefas;
- Atitude obsessiva em relação a certos assuntos;
- Aumento de energia e impulsividade;
- Desatenção ou hiperatividade.
5. Depressão atípica
É uma forma de depressão que se manifesta de maneira diferente do padrão comum.
O nome do transtorno se deve ao fato de que pessoas com esse tipo de depressão podem experimentar momentos temporários de alegria ou alívio dos sintomas quando algo positivo acontece.
Sintomas
Os sintomas da depressão atípica incluem:
- Reatividade emocional (melhora temporária do humor em resposta a eventos positivos);
- Ganho de peso ou aumento do apetite;
- Dormir demais;
- Sensação de peso nos braços e pernas;
- Sensibilidade extrema à rejeição interpessoal.
6. Depressão sazonal
A depressão sazonal, também conhecida como Transtorno Afetivo Sazonal (TAS), ocorre geralmente durante os meses de outono e inverno, quando há menos luz solar. Os sintomas geralmente melhoram na primavera e no verão.
Esse tipo de transtorno também pode estar associado a outras formas de sazonalidade, como as festas de fim de ano ou outros eventos específicos que impactem o indivíduo ou gerem algum tipo de reflexão coletiva, como Natal ou Ano Novo.
7. Depressão pós-parto
A depressão pós-parto ocorre em algumas mulheres após o parto. É mais severa e duradoura do que a “tristeza materna” (baby blues), que é comum e geralmente se resolve em algumas semanas.
Quando um quadro de depressão pós-parto se caracteriza, há uma interferência direta na qualidade das relações e das atividades do dia a dia, prejudicando inclusive os cuidados cotidianos consigo mesma e com o bebê.
8. Depressão psicótica
A depressão psicótica é uma forma grave de depressão que inclui sintomas psicóticos, como alucinações e delírios. Pessoas com essa condição podem perder o contato com a realidade.
Embora seja mais rara, essa forma de depressão não depende de histórico familiar, por exemplo, podendo ser desenvolvida por qualquer pessoa.
Sintomas
Os sintomas da depressão psicótica incluem:
- Alucinações (ver ou ouvir coisas que não estão presentes);
- Delírios (crenças falsas, muitas vezes de culpa ou de ser uma pessoa má);
- Sentimentos intensos de desesperança e inutilidade;
- Dificuldade de concentração e pensamento claro.
9. Transtorno misto ansioso e depressivo
É caracterizado por sintomas de ansiedade e depressão que ocorrem simultaneamente. É comum que esses sintomas se sobreponham, tornando o diagnóstico e o tratamento um desafio.
Pode inclusive ocorrer uma alternância entre os sintomas, sem nenhum tipo nítido de predominância, o que dificulta ainda mais o diagnóstico específico.
Causas do transtorno depressivo
Uma vez que a depressão pode envolver várias doenças, é comumente intitulada como síndrome e, com isso, acaba sendo classificada como uma doença crônica de ordem psiquiátrica, cujas causas podem estar atreladas a diversos fatores como, por exemplo:
- Genética: histórico familiar de depressão;
- Bioquímica: desequilíbrios químicos no cérebro;
- Personalidade: pessoas com baixa autoestima ou que são pessimistas são mais propensas;
- Uso ou abuso de drogas, lícitas ou ilícitas;
- Fatores ambientais: exposição contínua à violência, negligência, abuso ou pobreza;
- Baixa autoestima.
Diagnóstico
O diagnóstico do transtorno depressivo é realizado por um profissional de saúde mental, como um psicólogo (hipótese diagnóstica) ou psiquiatra, através de uma avaliação abrangente que pode envolver:
- Entrevistas clínicas;
- Questionários e escalas de avaliação;
- Histórico médico e familiar;
- Observação dos sintomas e comportamento.
Tratamento
O tratamento para o transtorno depressivo varia conforme cada diagnóstico específico, mas geralmente inclui uma combinação de:
- Terapia: A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) é particularmente eficaz;
- Medicação: Antidepressivos podem ser prescritos para ajudar a equilibrar os níveis químicos no cérebro;
- Mudanças no estilo de vida: Exercícios regulares, alimentação saudável e sono adequado são fundamentais;
- Suporte social: Grupos de apoio e redes de suporte podem proporcionar um ambiente de compreensão e encorajamento.
Clínica Marcelo Parazzi
A Clínica Marcelo Parazzi pode ajudar se você ou algum familiar estiver apresentando sintomas de transtornos depressivos.
Nossa abordagem combina Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), por meio de tratamentos tradicionais com psiquiatras, psicólogos e psicanalistas, e terapias complementares que comprovadamente auxiliam nos resultados do tratamento.
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