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Esgotamento profissional: problema entra na lista oficial da OMS em meio a uma alta de diagnósticos

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Esgotamento profissional: problema entra na lista oficial da OMS em meio a uma alta de diagnósticos

Burnout: o termo é da língua inglesa, mas o problema já é mundial.

Trata-se de uma patologia caracterizada por um profundo esgotamento advindo de excessos cometidos em atividades profissionais.

Embora não seja propriamente mais uma novidade, o burnout – mais popularmente conhecido como síndrome do esgotamento profissional – ganhou as manchetes recentemente por entrar na lista oficial da Organização Mundial de Saúde (OMS), tendo em vista a alta considerável de diagnósticos ao redor do mundo.

Esgotamento profissional e as condições de trabalho

O problema real por trás do burnout são as condições em que muitos trabalhadores desempenham suas atividades: muitas vezes sem descanso, trabalhando incontáveis horas ininterruptas, fazendo plantões recorrentes de 12 horas ou mais, ou mesmo se sujeitando a condições insalubres, que afetam tanto a saúde física quanto a mental.

Esses trabalhadores, para além da precariedade de condições de trabalho, sofrem também com o preconceito dos que os rodeiam, sendo por vezes tachados de “insuficientes” ou mesmo “incompetentes”.

Felizmente, ao menos na teoria o assunto já parece ter alcançado certa relevância, pois já é possível encontrar à disposição livros, notícias e até pesquisas científicas relativas a ele.

Talvez a maior lição que uma doença como essa nos ensine é precisamente a importância do autocuidado, do respeito e da consciência dos próprios limites.

Brasil: o segundo no Ranking

O problema é que, se antes da pandemia de Covid-19, mais de 30% da população economicamente ativa brasileira sofria de sintomas de esgotamento profissional, durante os últimos dois anos, esses números aumentaram exponencialmente.

Um levantamento da International Stress Management Association (Isma) mostra que o Brasil é o segundo país com mais casos de burnout. O número de casos supera países como Estados Unidos e Alemanha. O Brasil está atrás apenas do Japão, que tem 70% da população atingida pela doença.

Esgotamento profissional na CID

Essa verdadeira explosão de novos diagnósticos chamou a atenção das autoridades mundiais de saúde, que decidiram revisar o modo como o burnout era descrito na Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde, a famosa “CID”.

O que era descrito anteriormente como apenas um “estado de exaustão vital”, passou a ser entendido sob uma nova perspectiva na CID-11 (atualização da antiga CID-10), em vigência desde janeiro deste ano. Segundo a nova descrição, o burnout é visto como um esgotamento advindo de uma condição de “estresse crônico no local de trabalho”.

Cabe ressaltar que, mesmo constando na CID-11, a OMS ainda situa o burnout como um fenômeno ocupacional ou síndrome que, segundo termos médicos, engloba apenas o que seria definido como um conjunto de sintomas de ordem física, psíquica ou emocional, e não propriamente uma doença.

Contudo, é preciso saber identificar os sinais que apontam quando o trabalho se tornou um fardo com um peso além do que se pode suportar. É preciso estar ciente de que os limites de corpo e mente precisam ser respeitados, sobretudo por nós mesmos.

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Mais do que um simples cansaço

Muito mais que uma simples e mera sensação de cansaço, o burnout possui características bastante específicas.

Para saber diferenciá-las, é preciso conhecer o que os profissionais de saúde entendem a respeito de cada termo desses:

Cansaço 

Trata-se de um estado completamente normal e passageiro de indisposição ou fraqueza decorrente de algum esforço de ordem física ou mental, que costuma ser eliminado após um fim de semana ou mesmo uma simples e boa noite de sono.

Fadiga 

É caracterizada por uma sensação de cansaço persistente, que normalmente indica a presença de uma dentre as mais diversas patologias como anemia, depressão ou mesmo fibromialgia, e que desaparece após o devido tratamento dessas doenças em questão. Entenda a Diferença entre depressão e ansiedade.

Burnout 

Ocorre quando há uma profunda exaustão física e mental ocasionada pelo trabalho, quer pelas demandas em si, pela pressão sofrida ou mesmo pelo clima pesado dentro do ambiente de trabalho. Recentemente foi redefinida pela OMS na CID-11 como uma síndrome de cunho ocupacional.

Depressão 

Uma das possíveis consequências do acúmulo de estresse não tratado, a depressão foi comparada certa vez por Stephen Hawking a um buraco negro, por suas características de prostração e angústia completamente incontroláveis e que, sem o devido tratamento, podem ser fatais. Leia também Como evitar a depressão.

 

Sintomas de esgotamento profissional

Sintomas como dores de cabeça, déficit de concentração, baixa autoestima, perda do sono, e até mesmo pessimismo e sensação de desesperança constantes podem ser sinais de que um quadro de burnout está sendo manifestado.

Porém, mesmo não sendo considerado oficialmente como uma doença profissional (como a perda auditiva por exposição demasiada a ruídos, ou ainda uma lesão por esforço repetitivo), o burnout demanda os mesmos cuidados, uma vez que o esgotamento profissional pode levar a quadros de prostração, e consequente depressão.

Alguns especialistas descrevem essa sensação como uma reação comparável ao seguinte quadro: “é como se seu local de trabalho estivesse em chamas. Você entra imediatamente em estado de alerta máximo e sai correndo, pois disso depende a sua vida!”

 

Burnout ao longo dos séculos

O fato é que, apesar das inúmeras releituras, o que hoje se conhece como burnout ou síndrome do esgotamento profissional, já dava o ar da graça desde o início do século XIX, quando era descrito como uma “apatia generalizada e sensação de cansaço extremo” e intitulado “neurastenia” pelo médico americano George Beard.

Ao longo dos anos, vários escritores famosos receberam o diagnóstico de neurastenia. Posteriormente, por volta do século XX, essa condição de “fraqueza dos nervos” (como era definida popularmente) foi renomeada para burnout, que em inglês significa “queimar-se por completo”.

Uma curiosidade a respeito disso é que o próprio psicanalista alemão – Herbert Freudenberger – que a descreveu desta forma, relatou ter sofrido de dois episódios de burnout devido à carga excessiva de trabalho.

E hoje, mesmo em pleno século XXI, a síndrome do esgotamento profissional ainda é motivação para muitas polêmicas, havendo inclusive quem sequer a considere como um problema concreto ou específico de saúde.

Seguem esse raciocínio  alguns especialistas como o psiquiatra Estevam Vaz de Lima, categórico ao afirmar que a síndrome do esgotamento profissional não existe, e que o mais comum é que as pessoas confundam burnout com assédio moral, que, segundo ele, é a principal causa de adoecimento no trabalho.

 

Características elencadas pela OMS

Mas engana-se quem acredita que não há uma diferenciação oficial para caracterizar o que se considera burnout. A OMS elenca três características básicas:

1ª – Exaustão

Diferente do cansaço e da estafa, a exaustão é persistente e não desaparece após descanso ou férias, podendo se intensificar ao ponto de chegar à prostração.

2ª – Ceticismo

O indivíduo passa a duvidar de tudo e de todos, principalmente do próprio potencial e da própria capacidade.

3ª – Ineficácia

Constante sensação de que se trabalha demais, mas o rendimento é sempre minúsculo.

 

Definição pelas condições e a pressão do ambiente

O detalhe mais importante a ser ressaltado talvez seja o fato de que o burnout não acomete apenas pessoas que estão insatisfeitas com o próprio trabalho. Ele pode ocorrer com pessoas ditas “vocacionadas”, e que amam o que fazem.

Há que se ter inclusive um cuidado ao defini-lo como um desgaste físico e mental relacionado a algum emprego fixo, pois condições de esgotamento como essas também podem acometer a estudantes, donas de casa ou mesmo aposentados, afinal o que define o burnout são as condições e a pressão do ambiente, e não somente as características de “trabalho” ou “vínculo empregatício”.

No momento, as profissões que figuram entre as mais afetadas por esse esgotamento extremo são aquelas ligadas à prestação de serviços ao público, tais como os profissionais de saúde, segurança pública e educação, o que ficou ainda mais evidente após a atuação desses profissionais durante o período de pandemia, como uma consequência da manutenção desses serviços essenciais e de linha de frente no combate à Covid-19.

Quer conversar sobre o assunto? Agende uma consulta!

 

Clínica Marcelo Parazzi

Se você ou algum familiar tem sofrido com esgotamento profissional, nossa clínica pode ajudar.

Além de se fundamentar na Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) e oferecer todo o tratamento tradicional por meio de psiquiatras, psicólogos e psicanalistas para tratar ansiedade, depressão e outros transtornos, a Clínica Marcelo Parazzi também dispõe de Terapia Holística, que desenvolve estratégias terapêuticas como Reiki, Yoga, Meditação, Constelação Familiar e Mindfulness (Consciência plena), para auxiliar no alcance de melhores resultados nos tratamentos dos pacientes, que são, comprovadamente, grandes aliados na recuperação desses indivíduos.

Estamos à disposição para auxiliar com a Terapia à Distância, realizando atendimento inclusive para pessoas que residem fora do país.

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