As terapias têm resultados comprovados, mas dependem muito da boa disposição do fumante em seguir corretamente o tratamento.
Entenda como a relação Terapia Cognitivo-Comportamental e tabagismo pode mudar o pensamento e o comportamento do tabagista.
Que fumar faz mal à saúde, absolutamente todo mundo já sabe. Sendo assim, como justificar o número de fumantes mundo afora? E, para muito além disso, o que se pode fazer para que essas pessoas consigam abandonar o vício a tempo de salvarem a própria vida e as dos que os cercam?
O tabagismo é responsável por milhões de mortes todos os anos
Estes são talvez os dados mais alarmantes e, a cada dia que passa, o tabagismo faz ainda mais vítimas, afinal, um vício é caracterizado por um comportamento repetitivo que, nesse caso, pode levar ao desenvolvimento de doenças sérias ou até à morte.
Compreender as circunstâncias em que alguém adere ao hábito de fumar é apenas o primeiro passo para poder ajudar. No entanto, compreensão não significa aceitação. Inclusive, ao aceitar que alguém fume próximo a si pode significar não somente pôr em risco a saúde do fumante, mas também a de todos ao redor.
Estudos mostram que um fumante possui uma expectativa de vida dez anos menor que a de pessoas não fumantes. Assim, pode-se concluir que o hábito de fumar modifica para pior o estado de saúde de qualquer pessoa – o que também implica necessariamente em considerar a piora de quadros de doenças pré-existentes. Leia também o artigo Cigarro e seus riscos reais.
Mas nem tudo está perdido, pois, por se tratar em grande parte de um fator mais comportamental e psicológico, atualmente é possível se libertar desse erro fatal.
Intervenções comportamentais para o tabagismo
As intervenções no comportamento tabagista estão diretamente ligadas à convivência em grupos. Isso porque, em grande parte das vezes, um fumante que estava prestes a conseguir vencer o vício acaba por retomá-lo, simplesmente por conviver ou ter algum tipo de contato com outros fumantes, sejam familiares, amigos ou mesmo colegas de trabalho.
É daí que surgem os “grupos de cessação do tabagismo”, já bastante conhecidos no Brasil. Esses grupos, via de regra, são compostos por pessoas que desejam deixar de fumar, e costumam ser bastante divulgados pelos serviços de atenção básica de saúde, que contam inclusive com protocolos e treinamentos bastante específicos para auxiliar no processo de cessação do hábito de fumar, com base em estratégias de intervenção grupal em relação aos comportamentos.
Evidências mostram em números quais são as opções mais eficazes
Infelizmente poucas pessoas sabem, mas existem inúmeras formas de tratamento capazes de ajudar a abandonar o cigarro. As opções mais comuns ficam entre terapias coletivas (ou em massa), intervenções farmacoterápicas e Terapia Cognitivo-Comportamental.
No entanto, embora as terapias tenham resultados comprovados, o abandono do tabagismo depende muito mais da boa disposição do fumante em seguir corretamente o tratamento, além de ter o desejo real de livrar-se do vício.
Dados de uma revisão da Cochrane demonstram que apenas em torno de 7% dos fumantes que são submetidos a intervenções breves conseguem deixar de fumar dentro de um período de seis meses.
Quando é utilizada a TCC – Terapia Cognitivo-Comportamental, aplicada por profissionais adequadamente treinados – esse número atinge cerca de 10 a 12%. No caso de uso exclusivo de farmacoterapia, os resultados foram de 11%. Já no caso de combinar farmacoterapia e Terapia Cognitivo-Comportamental, o número de pessoas que conseguem efetivamente abandonar o vício chega a atingir 16% do total de pacientes.
Terapia Cognitivo-Comportamental e tabagismo: como ocorrem o vício e o tratamento
Como já se sabe, todo vício nasce de um hábito prejudicial. No caso do fumo, esses hábitos são reforçados por crenças limitantes relacionadas ao tabagismo. É muito comum ouvir um fumante utilizando-se de desculpas como “preciso fumar para organizar os pensamentos”, “fumar me ajuda a me concentrar melhor”, “se eu parar de fumar, vou engordar” ou “fumar me acalma”.
Na verdade, todas essas frases – tão comuns para quem fuma – não passam puramente de crenças. Afinal, é perfeitamente possível organizar os pensamentos, concentrar-se, emagrecer, acalmar-se e fazer muito mais, mesmo sem o fumo. Confira o artigo Dependência psicológica do cigarro: confira 5 indícios do problema.
O problema real está no condicionamento, que faz a associação do cigarro como “a solução de situações-problema como a ansiedade, que, nesse caso, vem da vontade incessante que o efeito da nicotina gera no cérebro: consumir cada vez mais cigarro, para satisfazer uma necessidade que vai ficando cada vez maior.
Como a TCC ajuda a mudar o pensamento e o comportamento do tabagista
Os aspectos psicológicos e comportamentais do vício são perfeitamente mutáveis, pois estão relacionados a hábitos, que podem ser repensados e reformulados com ajuda da Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC).
Normalmente, essas alterações de padrões de comportamentos do fumante giram em torno de algumas ações práticas cotidianas. O primeiro passo é perceber quais são os gatilhos em potencial – isto é, aquilo que faz com que o tabagista queira fumar – e controlá-los.
Além de perceber quais são os hábitos prejudiciais e evitá-los, será necessário desenvolver hábitos positivos, como atividades físicas e mentais, como caminhadas, relaxamento ou meditação, por exemplo. A ideia é substituir os hábitos ruins, ocupando-se com hábitos mais saudáveis que se encaixem no seu modo de vida.
Outra técnica que costuma ajudar bastante é a de reforço positivo, ou seja, decidir uma forma de autorrecompensa por diminuir o número de cigarros, ou mesmo por chegar à conquista de mais um dia sem cigarro.
Em suma, a Terapia Cognitivo-Comportamental visa inicialmente ajudar no controle do vício, através de mudanças de pensamento e comportamento, e posteriormente ajuda a lidar com as possíveis sequelas da abstinência.
Para tanto, lança mão de algumas técnicas, bastante eficazes para quem deseja um estilo de vida mais saudável, tais como o apoio e aconselhamento individual; reflexão sobre o tipo de personalidade e o modo como lida com problemas, ansiedades e preocupações; dicas e histórias de pessoas que obtiveram sucesso em abandonar o tabagismo; leitura de pesquisas de Universidades a respeito do uso da Terapia Cognitivo-Comportamental no tratamento antitabaco.
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Recaídas podem acontecer
Fumar é um vício, e primeiro é preciso conscientizar-se disso. Todo tratamento de desintoxicação pode ter eventuais recaídas, que ocorrem por vários fatores. No caso do tratamento antitabaco, as causas mais comuns dessas recaídas são a convivência (morar, trabalhar ou até ter amizades) com outro fumante, a baixa autoestima, ausências às sessões de terapia, conflitos em relacionamentos, ou situações que envolvam estresse e/ou ansiedade frequentes, como crises pessoais, financeiras, insatisfação com o próprio modelo de vida ou mesmo com a profissão.
O objetivo na relação Terapia Cognitivo-Comportamental e tabagismo é precisamente mudar o foco do padrão de comportamento, oferecendo novas formas de lidar com situações-gatilho que servem como “boas desculpas” para fumar.
Como uma terapia que se preze, são necessárias várias consultas, e persistência para chegar à libertação do vício. Num primeiro momento, o terapeuta normalmente desenha um padrão dos hábitos de tabagismo do paciente, além de conhecer mais a fundo sua forma de pensar e personalidade.
Em seguida, oferece materiais de apoio, que são levados para casa, como tarefas a serem cumpridas, e que serão avaliadas nos próximos encontros. A partir daí, sucessivamente, são analisados os progressos alcançados e as dificuldades remanescentes, até que chegue o momento em que o paciente alcance a libertação definitiva do tabagismo.
A Clínica Marcelo Parazzi
Se você ou algum familiar está sofrendo com o tabagismo, nossa clínica pode ajudar.
Além de se fundamentar na Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) e oferecer todo o tratamento tradicional por meio de psiquiatras, psicólogos e psicanalistas para tratar ansiedade, depressão e outros transtornos, a Clínica Marcelo Parazzi também dispõe de Terapia Holística, que desenvolve estratégias terapêuticas como Reiki, Yoga, Meditação, Constelação Familiar e Mindfulness (Consciência plena), para auxiliar no alcance de melhores resultados nos tratamentos dos pacientes, que são, comprovadamente, grandes aliados na recuperação desses indivíduos.
Estamos à disposição para auxiliar com a Terapia à Distância, realizando atendimento inclusive para pessoas que residem fora do país.