Você sabe como a Terapia Cognitivo-Comportamental pode ajudar no Tratamento para Síndrome de Burnout?
O tema ainda é relativamente novo, mas os sintomas da Síndrome de Burnout infelizmente já fazem parte da rotina de muita gente.
Só no Brasil, segundo a Associação Nacional de Medicina do Trabalho (Anamt), esse transtorno já afeta a aproximadamente 30% dos trabalhadores e acumula uma considerável alta de diagnósticos nos últimos tempos, o que faz com que o tema ganhe a devida relevância.
Antes de saber sobre o tratamento para Síndrome de Burnout, é imprescindível entender o transtorno.
“Queimado por completo”
A Síndrome do Esgotamento Profissional, bastante conhecida como Burnout, tem seu nome originado do inglês que, traduzido livremente, tem o significado semelhante a “queimado por completo”.
A Síndrome está diretamente ligada a fatores, circunstâncias ou ambientes nocivos de trabalho, nos quais as pessoas trabalham incansavelmente, como se fossem máquinas.
Quando uma máquina chega ao seu limite de produtividade (ou o ultrapassa, dada uma carga excessiva, por exemplo), ela para de funcionar, ou “queima”, como popularmente se diz.
Desta forma, por associação, quando um ser humano ultrapassa seu próprio limite físico e mental, devido a condições, ambiente ou carga excessiva de tarefas, por exemplo, ocorre o mesmo “defeito”, ou seja, o burnout.
Esgotamento da capacidade de trabalhar
A raiz das principais causas da síndrome de Burnout é o estresse, sempre ligado ao trabalho.
Classificada como um tipo de esgotamento profissional, essa síndrome afeta diretamente o desempenho do indivíduo em seu ambiente de trabalho, com influências e alterações que abalam tanto aspectos físicos quanto mentais e emocionais.
No entanto, mesmo estando diretamente ligado ao estresse em ambientes corporativos, o desenvolvimento de quadros de burnout não tem a ver com gostar ou não da função que desempenha.
Afinal, mesmo o mais apaixonado pelo que faz pode sofrer com a pressão de demandas acumuladas ou prazos muito curtos para tarefas complexas demais. Inclusive os famosos workaholics – pessoas viciadas em trabalho – são comumente diagnosticados com burnout, precisamente pela exposição mais intensa ao trabalho.
Profissões de maior vulnerabilidade
Apesar de o amor à profissão não ser um fator preponderante, é necessário destacar que existem algumas profissões mais vulneráveis, mais propícias ao desenvolvimento de Burnout, como profissionais de setores como educação, saúde e segurança.
Estes últimos, ainda mais graves, pois, além de lidarem direta e cotidianamente com outros seres humanos (o que já os expõe naturalmente a uma diversidade de riscos), suas atividades os colocam constantemente expostos a situações emergenciais.
Causas diversas
Embora o estresse constante no trabalho seja fator preponderante, há outros fatores complementares que podem culminar em esgotamentos como a Síndrome de Burnout.
A jornada dupla (ou até tripla, muitas vezes) de acumular as atividades domésticas, por exemplo, é um grande amplificador desses índices, principalmente entre as mulheres.
Além desses, há ainda outros fatores que, combinados, podem ocasionar quadros de Burnout, como cargas horárias muito extensas, assédio moral no ambiente de trabalho, sobrecarga física, mental ou mesmo emocional, desmotivação no cargo ou função que desempenha, perfeccionismo ou exagero na cobrança dos próprios resultados, pouco descanso, ausência de momentos de descontração, pouca ou nenhuma prática de hábitos saudáveis de vida, falta de uma rede de apoio social, empatia excessiva (que faz com que a pessoa absorva para si os problemas dos outros), pré-existência de transtornos como a depressão, e até mesmo fatores genéticos.
Sintomas
O principal sintoma da Síndrome de Burnout pode ser precisamente o que mais dificulta seu diagnóstico.
Ao contrário do que muitos pensam, Burnout não é frescura. É um estado de sofrimento muito grande, marcado por uma sensação de esgotamento, que muitas vezes ainda agrega fatores como distúrbios do sono e consequentes alterações de humor como, por exemplo, a agressividade.
Além disso, uma das coisas mais difíceis ao se lidar com o Burnout é que, na maioria dos casos, um quadro ou sintoma inicial acarreta outros.
Os sintomas adicionais que podem ocorrer variam de dores musculares ou de cabeça, até o desenvolvimento de baixa imunidade, o que os deixa mais suscetíveis a várias doenças.
Alguns dos primeiros sinais de esgotamento geralmente estão ligados à saúde mental. Oscilações de humor, aumento da irritabilidade, dificuldades de concentração ou pequenos lapsos de memória podem ocorrer de forma silenciosa, sendo atribuídos ao cansaço comum.
Outros sinais bastante flagrantes de Burnout são os sentimentos de desesperança e apatia em relação ao trabalho, e que podem também ser transferidos para o cotidiano e a vida como um todo.
Do ponto de vista psicológico, alguém que sofre de Síndrome de Burnout é um profissional que perde o prazer em desempenhar atividades de que gostava, e pode sofrer constantemente de baixa autoestima, ter pensamentos pessimistas e se sentir muito deprimido, tendendo inclusive ao isolamento.
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Tratamento para Síndrome de Burnout
Antes de pensar qual o tratamento para Síndrome de Burnout é o mais indicado, é importante lembrar que um diagnóstico preciso é o primeiro passo, e que pode ser bastante difícil, uma vez que os sintomas se assemelham e até confundem com outras condições, que envolvem os mais variados quadros de problemas de saúde.
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Contudo, se os sintomas forem devidamente identificados, o Burnout não só pode ser corretamente diagnosticado como também tratado.
Com a atenção necessária, os tratamentos são bastante eficazes, e reduzem consideravelmente o mal-estar causado pelos sintomas desde muito cedo.
Psicoterapia como tratamento para Síndrome de Burnout
Talvez uma das partes mais importantes do tratamento para Síndrome de Burnout seja a psicoterapia. Através da Terapia Cognitivo-Comportamental – mais conhecida como TCC – a pessoa que sofre de Burnout consegue compreender mais facilmente o problema e suas reais causas, possibilitando a construção de estratégias eficientes de enfrentamento.
O tratamento psicoterápico envolve, entre outras técnicas, exercícios de relaxamento muscular e respiração, que podem ser utilizados em momentos estratégicos, ou quando o profissional se depara com momentos de forte estresse no ambiente laboral.
A psicoterapia como tratamento para Síndrome de Burnout pode ainda aplicar técnicas de reestruturação cognitiva, ou seja, identificar padrões de pensamentos disfuncionais e ressignificá-los, trabalhando assim possíveis distorções de pensamentos e crenças que geram comportamentos de cobrança excessiva ou baixa autoestima e possibilitando que o paciente seja capaz de superar alguns dos principais sintomas da Síndrome.
Mudança de hábitos no tratamento para Síndrome de Burnout
Trabalhar o lado psicológico, emocional e comportamental será praticamente inútil se não partir do próprio indivíduo a percepção da necessidade de manter em dia alguns hábitos simples de autocuidado.
Como naturalmente a pessoa que sofre dessa síndrome já não demonstra mais tanto prazer em se cuidar, é bastante comum que o terapeuta responsável pela TCC inclua na rotina do paciente alguns tipos de atividade física, adequações na alimentação, momentos de lazer e encontros sociais, entre outros.
O objetivo desses incrementos é desenvolver uma rotina mais saudável, que proporcione ao indivíduo uma série de vivências que ele não mais buscava, e cuja abstenção acaba por agravar os sintomas de Burnout.
Tratamentos alternativos
Também são bastante benéficas atividades de cunho alternativo, que trazem benefícios tanto para o corpo quanto para a mente.
É o caso da yoga e da meditação, por exemplo, que ajudam a desacelerar o ritmo do dia a dia, além de serem importantes ferramentas auxiliares para o controle de pensamentos e emoções.
Porém, alternativas um pouco mais drásticas podem ser necessárias em alguns casos de maior gravidade.
Especialmente nos casos em que a Síndrome de Burnout está correlacionada a quadros de depressão ou ansiedade, o mais recomendável é que o acompanhamento se dê mediante a consulta a um médico psiquiatra, que avaliará o caso e verificará o melhor tratamento, bem como a necessidade (ou não) de uso de medicamentos para auxiliar no alívio dos sintomas.
Condições salubres de trabalho
Independentemente do nível de gravidade, é imprescindível ter em mente que, embora muitas vezes ainda seja uma condição bastante difícil de identificar, a Síndrome de Burnout é um problema real, e demanda a devida atenção não só dos pacientes e terapeutas, mas também de todos os colegas, patrões e parceiros corporativos.
Afinal, muito mais que mudar de ambiente, quem sofre de Burnout precisa é de compreensão e condições salubres de trabalho, para que possa desempenhar seu papel de forma útil e feliz.
Clínica Marcelo Parazzi
Se você ou algum familiar tem sofrido com algum dos exemplos mais comuns de Síndrome de Burnout, nossa clínica pode ajudar.
Além de se fundamentar na Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) e oferecer todo o tratamento tradicional por meio de psiquiatras, psicólogos e psicanalistas para tratar ansiedade, depressão e outros transtornos, a Clínica Marcelo Parazzi também dispõe de Terapia Holística, que desenvolve estratégias terapêuticas como Reiki, Yoga, Meditação, Constelação Familiar e Mindfulness (Consciência plena), para auxiliar no alcance de melhores resultados nos tratamentos dos pacientes, que são, comprovadamente, grandes aliados na recuperação desses indivíduos.
Estamos à disposição para auxiliar com a Terapia à Distância, realizando atendimento inclusive para pessoas que residem fora do país.